Ataques de Ransomware

Banner sobre ataques de ransomware com código em vermelho e texto explicando sequestro de arquivos e pedido de resgate

Nos últimos anos, os ataques de ransomware se tornaram uma das formas mais temidas de ciberataques. O que antes eram incidentes isolados, direcionados a indivíduos, evoluiu para uma crise global, capaz de paralisar hospitais, interromper cadeias de suprimentos e expor segredos corporativos confidenciais.

Diferente de outros tipos de malware, o ransomware não apenas rouba dados — ele bloqueia o acesso das vítimas aos próprios sistemas e exige pagamento para liberar o acesso, geralmente em criptomoedas.

De pagamentos bilionários a táticas sofisticadas de extorsão, o ransomware se mostrou ao mesmo tempo um negócio lucrativo para cibercriminosos e uma ameaça devastadora para organizações de todos os tamanhos. Governos, infraestruturas críticas e grandes corporações já foram alvos, provando que nenhum setor está imune.

Nesse artigo, você entenderá o que é o ransomware, como ele funciona, casos reais de 2025, tendências emergentes e as melhores estratégias de prevenção, para que você entenda a ameaça e, acima de tudo, saiba como se proteger.

O que é São os Ataques de Ransomware?

Os ataques de ransomware é um tipo de crime cibernético em que um software malicioso criptografa arquivos ou bloqueia sistemas inteiros e exige um pagamento, geralmente em criptomoedas, para liberá-los. 

As vítimas perdem o acesso a dados críticos, e os invasores podem ainda roubar informações sensíveis, ameaçando divulgá-las caso o resgate não seja pago.

Essa ameaça cibernética em expansão já atingiu indivíduos, empresas e até instituições governamentais em todo o mundo.

Como os Ataques de Ransomware Funcionam (Ciclo do Ataque)

Compreender as etapas de do ataque de ransomware ajuda a identificar riscos precocemente e a construir defesas mais fortes. A maioria dos ataques segue este ciclo:

1. Ponto de Entrada – A Invasão Inicial

Cibercriminosos obtêm acesso a uma rede por meio de e-mails de phishing, anexos maliciosos, links infectados ou explorando vulnerabilidades de software. Em alguns casos, eles miram fornecedores terceirizados ou conexões de área de trabalho remota (RDP) não seguras para burlar os sistemas de segurança. Esse é, muitas vezes, o elo mais frágil da proteção de uma organização.

2. Execução – Implantando o Ransomware

Uma vez dentro do sistema, o malware é executado. O ransomware criptografa arquivos, bloqueia sistemas e desabilita backups, tornando os dados completamente inacessíveis. 

Normalmente, as vítimas recebem uma nota de resgate exigindo pagamento (geralmente em Bitcoin ou outras criptomoedas) com um prazo para cumprimento.

3. Dupla (ou Tripla) Extorsão – Aumentando a Pressão

Gangues modernas de ransomware utilizam táticas de dupla extorsão:

  • Criptografia – Os arquivos são bloqueados.
  • Roubo de dados – Informações sensíveis são extraídas.

Os atacantes então ameaçam publicar ou vender os dados roubados na dark web caso o resgate não seja pago. 

Alguns grupos avançados vão além, aplicando a tripla extorsão: além da criptografia e do roubo de dados, eles pressionam as vítimas com ataques DDoS ou entrando em contato direto com clientes, parceiros ou órgãos reguladores para maximizar os danos.

4. Pressão pelo Pagamento – O Dilema da Vítima

As vítimas se veem diante de opções limitadas:

  • Pagar o resgate, na esperança de receber uma chave de descriptografia (sem garantia de sucesso).
  • Recusar o pagamento e correr o risco de perda permanente dos dados, penalidades regulatórias e exposição pública de informações sensíveis.

Agências de aplicação da lei, como o FBI e a Europol, recomendam fortemente não pagar resgates, já que isso financia o cibercrime e não garante a recuperação dos dados.

Inotiv (Setor Farmacêutico, agosto de 2025)

Em agosto de 2025, a empresa norte-americana de pesquisa farmacêutica Inotiv foi alvo do grupo de ransomware Qilin. Os atacantes conseguiram criptografar sistemas centrais e exfiltrar cerca de 176 GB de dados — incluindo contratos, documentos internos e informações de clientes.

  • Impacto: a Inotiv precisou transferir parte de suas operações para modos offline, o que atrasou projetos de pesquisa e afetou clientes do setor farmacêutico em escala global.
  • Relevância: o ataque reforça uma tendência preocupante: o crescente interesse de grupos de ransomware pelo setor de saúde e biotecnologia. Nessas indústrias, a paralisação de sistemas não apenas gera perdas financeiras milionárias, como também pode comprometer pesquisas críticas e impactar a vida de pacientes indiretamente.

Creative Box da Nissan (Indústria Automotiva, 2025)

Pouco depois da invasão à Inotiv, o grupo Qilin atacou novamente — desta vez a Creative Box da Nissan, um estúdio de design em Tóquio responsável pelo desenvolvimento de carros-conceito. Os invasores exfiltraram cerca de 4 TB de arquivos confidenciais de design, incluindo protótipos e roteiros de inovação.

  • Impacto: A Nissan enfrentou o risco de vazamento de propriedade intelectual, o que poderia gerar desvantagem competitiva e atrair escrutínio regulatório caso os designs fossem publicados na dark web.
  • Relevância: Esse caso mostra que os grupos de ransomware não buscam apenas dinheiro, mas também oportunidades de espionagem corporativa, mirando setores com segredos comerciais valiosos.

Desmantelamento do Grupo Zeppelin (Departamento de Justiça dos EUA, 2025)

Em uma grande vitória contra o cibercrime, o Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) apreendeu US$ 2,8 milhões em criptomoedas, ativos de luxo e dinheiro vivo vinculados à gangue de ransomware Zeppelin. O grupo operava no modelo Ransomware-as-a-Service (RaaS), alugando seu malware para afiliados que realizavam os ataques.

  • Impacto: A ação interrompeu as operações do Zeppelin e enviou um alerta a outros grupos de RaaS de que as autoridades estão monitorando ativamente transações em criptomoedas.
  • Relevância: Este caso reforça a importância da cooperação internacional no combate ao ransomware e demonstra que os cibercriminosos não estão fora do alcance da lei.

Principais Tendências em Ataques de Ransomware

O cenário de ransomware está evoluindo rapidamente, com criminosos adotando novas estratégias e mirando indústrias de alto valor. Estas são as tendências mais relevantes que marcam 2025:

Pagamentos Recordes – Ransomware se torna uma indústria bilionária

Somente em 2023, grupos de ransomware obtiveram mais de US$ 1,1 bilhão em pagamentos de resgate, segundo empresas de análise de blockchain. Isso representou quase o dobro do valor registrado em 2022, mostrando o quão lucrativos esses ataques se tornaram.

Cibercriminosos agora enxergam o ransomware como um dos crimes digitais mais rentáveis, frequentemente exigindo pagamentos multimilionários de corporações, hospitais e agências governamentais.

Frequência em Alta – Dobro de ciberataques relevantes

O Reino Unido relatou que o número de ciberataques de importância nacional dobrou em um único ano, muitos deles envolvendo ransomware. Grandes varejistas como Marks & Spencer e Harrods estavam entre as vítimas.

A tendência confirma que o ransomware deixou de ser casos isolados para se tornar uma ameaça cibernética generalizada, afetando infraestrutura crítica, varejo e serviços públicos. Alguns governos já consideram proibir o pagamento de resgates em certos setores, a fim de reduzir os incentivos para os atacantes.

Novos Grupos em Ascensão – “Ghost” e além

O FBI recentemente emitiu um alerta sobre o Ghost, um grupo de ransomware que explora vulnerabilidades de software em vez de depender de ataques de phishing tradicionais. Isso os torna mais difíceis de detectar e prevenir. O Ghost já afetou provedores de saúde, universidades e sistemas governamentais.

O surgimento do Ghost mostra que as gangues de ransomware estão ficando mais sofisticadas, migrando de golpes por e-mail para a exploração direta de falhas em softwares. Essa evolução eleva os riscos para setores como saúde e educação, onde a paralisação tem consequências imediatas.

Como Prevenir os Ataques de Ransomware

1. Mantenha Backups Seguros

Use backups offline ou isolados (air-gapped) para que dados críticos possam ser restaurados sem a necessidade de pagar aos atacantes. Testes regulares dos backups garantem que eles funcionem quando forem necessários.

2. Atualize e Corrija Sistemas

Aplique patches de segurança rapidamente, já que a maioria das campanhas de ransomware explora sistemas operacionais desatualizados, aplicativos sem correções ou sistemas de fornecedores vulneráveis.

3. Ative a Autenticação Multifator (MFA)

A MFA adiciona uma camada extra de segurança, protegendo contas mesmo que senhas sejam roubadas. Isso reduz significativamente o risco de acessos não autorizados.

4. Monitore Informações de Ameaças

Mantenha-se informado sobre novos grupos de ransomware, como Qilin e Ghost, e acompanhe fontes confiáveis, como o portal StopRansomware da CISA, para orientações e alertas atualizados.

O que Fazer se Você For Vítima de um Ataque de Ransomware?

Ataques de ransomware podem paralisar empresas e indivíduos em poucas horas. Se você se tornar vítima, agir rapidamente e de forma estratégica pode minimizar os danos. Aqui está um guia passo a passo:

1. Isole e Contenha o Ransomware

O primeiro passo é desconectar os dispositivos infectados de todas as redes — cabeadas, sem fio e móveis. Isso impede que o ransomware se espalhe para outros sistemas ou unidades compartilhadas. Evite reiniciar ou desligar os dispositivos, pois isso pode apagar evidências forenses importantes.

2. Preserve Evidências para Investigação

Especialistas em cibersegurança recomendam manter os sistemas infectados ligados, mas isolados. Isso preserva dados de memória e registros de sistema, essenciais para identificar a variante do ransomware e rastrear a origem da invasão.

3. Ative o Plano de Resposta a Incidentes

Se você faz parte de uma organização, alerte imediatamente as equipes de TI e segurança. Designe um coordenador de resposta para gerenciar a comunicação entre técnicos, executivos, assessores jurídicos e equipe de relações públicas. Uma cadeia de comando clara evita confusões.

4. Acione Profissionais de Cibersegurança

Entre em contato com uma empresa de resposta a incidentes ou investigadores forenses especializados. Eles podem:

  • Identificar a variante de ransomware.
  • Buscar ferramentas de descriptografia disponíveis.
  • Fornecer orientações sobre contenção e recuperação.

5. Restaure os Sistemas a Partir de Backups Limpos

Se você tiver backups offline ou em nuvem, verifique se não foram comprometidos antes de restaurar. Só reconstrua os sistemas depois de remover totalmente o ransomware, para evitar reinfecção.

6. Comunique o Ataque às Autoridades

Registrar o incidente junto às autoridades é essencial para ajudar no rastreamento de grupos de ransomware e, em alguns casos, ter acesso a orientações ou ferramentas de recuperação. No Brasil, os canais recomendados incluem:

  • Polícia Federal – por meio da Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos.
  • CERT.br (Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil) – para notificação e acompanhamento técnico.
  • Gov.br / Plataforma de Denúncias de Crimes Cibernéticos – disponível para empresas e cidadãos reportarem ataques digitais.

7. Reforce a Segurança e Prevenção de Futuras Ameaças

Após a recuperação, é essencial reforçar as defesas:

  • Corrija todas as vulnerabilidades e mantenha softwares atualizados.
  • Redefina credenciais de usuários e ative autenticação multifator (MFA).
  • Segmente redes para limitar a propagação de novos ataques.
  • Realize treinamentos de funcionários sobre phishing e engenharia social.

⚠ ️ Atenção: pagar o resgate raramente garante a recuperação e frequentemente financia novas atividades criminosas. Em vez disso, foque em isolamento, investigação, recuperação e prevenção. Quanto mais rápido agir, maiores as chances de minimizar os danos e restaurar a segurança.

Como Se Proteger de Ataques de Ransomware

O ransomware continua sendo uma das formas mais disruptivas de cibercrime, mas você pode reduzir significativamente sua exposição com algumas práticas inteligentes — manter softwares atualizados, usar backups offline ou em nuvem e treinar a si mesmo e sua equipe para reconhecer tentativas de phishing.

Lembre-se sempre: cibersegurança é um esforço contínuo, não uma configuração única. Revise suas defesas regularmente, mantenha-se atualizado sobre novas estratégias de ataque e nunca ignore alertas de segurança.

Agora é a sua vez:  verifique seus dispositivos, atualize seus backups e revise suas políticas de segurança ainda hoje.

Fique seguro, seja Klever.