
Agosto foi um mês de pressão para o Bitcoin (BTC), que acumulou queda de 6,5% e voltou a ser negociado abaixo de US$ 110 mil.
Esse desempenho marcou um dos piores resultados mensais de 2024, em meio a liquidez reduzida, incertezas macroeconômicas e expectativas em torno das próximas decisões do Federal Reserve (Fed).
No entanto, setembro começou com sinais de alívio: o BTC recuperou a marca de US$ 110 mil, chegou a tocar US$ 112.300 em uma máxima semanal e puxou junto um movimento positivo entre altcoins como Ethereum, Solana e Dogecoin.
Ao mesmo tempo, fatores externos — como os dados de emprego dos EUA, entradas bilionárias em fundos cripto e o lançamento do polêmico World Liberty (WLFI) — reacenderam a atenção dos investidores.
Esse cenário de volatilidade coloca o Bitcoin no centro das atenções mais uma vez, reforçando a importância de acompanhar não só a política monetária americana, mas também os novos catalisadores do mercado cripto em setembro.
Confira tudo o que aconteceu nessa semana a seguir..
Bitcoin Cai 6,5% em Agosto e Fecha Abaixo de US$ 110 Mil. Setembro começa com sinais de recuperação

Fonte: Coinmarketcap
O preço do Bitcoin (BTC) encerrou agosto em queda de 6,5%, marcando um dos piores desempenhos mensais de 2024. A maior criptomoeda do mercado voltou a ser negociada abaixo de US$ 110 mil, com investidores agora atentos aos próximos dados econômicos dos Estados Unidos e às decisões do Federal Reserve (Fed).
Durante agosto, o Bitcoin enfrentou forte pressão de liquidez e incertezas macroeconômicas, acumulando perdas significativas.
No início de setembro, houveram sinais de recuperação para o mercado de criptomoedas. O Bitcoin (BTC) voltou a superar a marca de US$ 110 mil, registrando alta diária próxima de +1% e negociando em torno de US$ 110.300. Nos dias seguintes, a maior criptomoeda do mercado alcançou uma máxima semanal próxima de US$ 112.300, impulsionada pelo aumento dos volumes de negociação, especialmente no mercado europeu.
Esse movimento indica uma retomada gradual do sentimento positivo entre investidores, que voltam a avaliar o Bitcoin como proteção diante das incertezas econômicas globais. Segundo dados da Reuters, o ativo acumula ganhos superiores a +1,3% em 24 horas, reforçando seu papel de liderança sobre o restante do mercado cripto.
Essa volatilidade reflete tanto fatores internos do mercado cripto quanto as expectativas globais em torno da política monetária norte-americana.
O Papel do Federal Reserve
A trajetória do Bitcoin continua diretamente ligada às ações do Federal Reserve. Atualmente, o banco central dos EUA enfrenta um dilema:
- Cortar juros cedo demais pode reacender a inflação, que segue persistente.
- Manter juros altos por muito tempo pode enfraquecer o mercado de trabalho e aumentar o risco de recessão.
Segundo Kurt S. Altrichter, fundador da Ivory Hill Wealth Advisory, essa incerteza será o ponto central para investidores em setembro.
Indicadores Econômicos a Serem Acompanhados
O mercado cripto está atento a três dados importantes que serão divulgados nos próximos dias:
- Pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos EUA
- Revisão da produtividade e custos unitários da mão de obra
- Relatório de empregos de agosto (Payroll)
Esses números podem alterar as expectativas sobre os próximos movimentos do Fed e, consequentemente, influenciar diretamente o preço do Bitcoin e de outras criptomoedas.
Altcoins e Sentimento Técnico: Ethereum, Solana e Dogecoin se destacam

Fonte: Cointimes
O mês de setembro começou com forte desempenho para as altcoins. Além do Bitcoin, o Ethereum (ETH) subiu +2,1%, cotado a aproximadamente US$ 4.367.
Entre as principais altcoins, o XRP valorizou +3,5%, a Solana (SOL) disparou +6,6% e o Dogecoin (DOGE) avançou +4,7%, refletindo um sentimento técnico positivo no mercado cripto.
No entanto, após esse impulso inicial, o mercado passou por uma correção natural em 4 de setembro.
O Ethereum caiu cerca de 1,7%, negociado próximo a US$ 4.401, enquanto XRP, Solana e Dogecoin também registraram pequenos recuos intradiários, sinalizando realização de lucros por parte de investidores de curto prazo.
Do ponto de vista técnico, analistas destacam que as altcoins seguem em uma tendência de consolidação, aguardando novos catalisadores — como dados de emprego nos EUA e possíveis cortes de juros — para retomar o movimento de alta. Esse cenário mantém Ethereum, Solana e Dogecoin no radar de traders e investidores que buscam oportunidades em ativos com maior volatilidade e potencial de valorização no curto prazo.
Fundos de Criptomoedas Registram US$ 2,5 Bi em Entradas, com Ethereum à Frente do Bitcoin
Os fundos de criptomoedas atraíram US$ 2,48 bilhões em novos aportes na última semana, revertendo saídas recentes e consolidando agosto como um mês positivo para o setor. O destaque ficou para o Ethereum (ETH), que superou o Bitcoin (BTC) em captação, reforçando a força dos ETFs de ETH no mercado global.
Entradas em Fundos Cripto na Semana
De acordo com dados da CoinShares, o fluxo de capital em fundos cripto somou US$ 2,48 bilhões na semana analisada.
- Ethereum (ETH) recebeu US$ 1,4 bilhão em aportes.
- Bitcoin (BTC) teve US$ 748 milhões, abaixo do seu rival.
Esse movimento marca um ponto de virada, já que tradicionalmente o BTC domina as entradas institucionais.
Acumulado em Agosto e em 2025
- Em agosto de 2025, as entradas líquidas alcançaram US$ 4,37 bilhões.
- No ano até agora, o total é de US$ 35,5 bilhões.
Apesar da captação, os ativos sob gestão (AUM) caíram cerca de 10%, para US$ 219 bilhões, refletindo a correção nos preços das criptomoedas.
ETFs de Ethereum Superam os de Bitcoin
Nos Estados Unidos, onde ETFs à vista são acompanhados de perto:
- ETFs de Ethereum captaram US$ 1,08 bilhão.
- ETFs de Bitcoin ficaram com US$ 440,8 milhões.
Esse movimento indica maior apetite institucional por ETH, especialmente após avanços regulatórios e técnicos da rede.
Panorama Global: EUA na Liderança
As entradas foram distribuídas de forma desigual entre os mercados:
- Estados Unidos: US$ 2,29 bilhões
- Suíça: US$ 109,4 milhões
- Alemanha: US$ 69,9 milhões
- Canadá: US$ 41,1 milhões
- Brasil: US$ 1,6 milhão (apesar de saídas mensais de US$ 14,7 milhões)
- Suécia: -US$ 45,2 milhões (saídas líquidas)
Impacto dos Dados Macroeconômicos
As realizações de lucro registradas na sexta-feira foram motivadas pelos dados do PCE (índice de inflação dos EUA), que reduziram as apostas em cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) em setembro.
Segundo James Butterfill, da CoinShares, a saída pontual não indica tendência negativa, mas sim uma correção após ganhos recentes.
World Liberty (WLFI): tudo sobre o lançamento polêmico da semana

Fonte: Cripto Fácil
O token World Liberty (WLFI) estreou oficialmente no mercado cripto em 1º de setembro de 2025, e rapidamente se tornou um dos assuntos mais comentados da semana. Listado. O ativo chamou atenção tanto pelo tamanho da estreia quanto pelas polêmicas que se seguiram.
Lançamento do WLFI: capitalização bilionária e hype inicial
- O WLFI começou a ser negociado com uma capitalização de mercado próxima a US$ 7 bilhões, entrando direto no ranking dos 50 maiores criptoativos do mundo.
- A estreia contou com forte apoio de marketing e grande cobertura da mídia financeira global.
- A estrutura do projeto está detalhada no “Gold Paper”, que descreve o WLFI como um token de governança da plataforma World Liberty Financial, registrado em Delaware como uma corporação sem ações.
Participação da família Trump no projeto
- Investigações apontam que membros da família Trump detêm aproximadamente 22,5 bilhões de tokens WLFI.
- Essa participação reforçou a visibilidade política e midiática do lançamento, mas também levantou debates sobre governança e concentração de tokens.
Polêmicas: congelamento de tokens de Justin Sun
- Poucos dias após o lançamento, a World Liberty congelou cerca de 595 milhões de tokens WLFI (avaliados em mais de US$ 100 milhões) pertencentes ao empresário Justin Sun.
- Sun afirmou que os tokens foram “congelados de forma irrazoável”, acendendo o alerta para riscos de centralização.
- A notícia derrubou o preço do WLFI, que já vinha apresentando forte volatilidade desde a estreia.
O World Liberty (WLFI) conseguiu captar atenção global ao estrear com valor de mercado bilionário, listagens de peso e ligação política forte. No entanto, as polêmicas envolvendo governança e congelamento de tokens já colocam em dúvida a descentralização do projeto.
Para investidores, o WLFI representa ao mesmo tempo uma oportunidade especulativa e um alerta sobre riscos regulatórios e de centralização no mercado cripto.
Regulação nos EUA — SEC e CFTC avançam em mudanças estratégicas para criptomoedas
O início de setembro de 2025 trouxe anúncios importantes que podem redefinir o futuro da regulação cripto nos EUA.
SEC apresenta agenda regulatória com foco em ativos digitais
No dia 4 de setembro, a SEC (Securities and Exchange Commission) divulgou sua nova agenda, com medidas que visam dar clareza regulatória para criptomoedas e ativos digitais. Entre os destaques:
- Discussão de safe harbors (zonas de proteção regulatória) para projetos de blockchain em desenvolvimento.
- Possibilidade de negociação de criptomoedas em bolsas de valores tradicionais e sistemas alternativos de negociação (ATS).
- Redução de custos de compliance para empresas, sem abrir mão da transparência e da proteção ao investidor.
Isso pode representar um passo decisivo para integrar os criptoativos ao sistema financeiro convencional, ampliando o acesso de investidores institucionais e de varejo.
Cooperação histórica entre SEC e CFTC
Dois dias antes, em 2 de setembro, a SEC e a CFTC (Commodity Futures Trading Commission) anunciaram uma iniciativa conjunta para regulamentar o mercado cripto.
O foco inicial será em transações spot de commodities digitais com margem, alavancagem ou financiamento — segmento que até agora gerava incertezas regulatórias.
Com isso, exchanges registradas poderão oferecer esses produtos de forma legal e supervisionada, reduzindo riscos e fortalecendo a confiança do mercado..
Impacto da regulação para o mercado cripto
Essas mudanças trazem três efeitos principais:
- Maior segurança jurídica para projetos blockchain, exchanges e investidores.
- Integração com Wall Street, permitindo que criptomoedas sejam negociadas em plataformas tradicionais.
- Atração de capital institucional, com mais clareza regulatória e menor risco de penalidades futuras.
Especialistas apontam que o movimento da SEC e da CFTC é parte do chamado “Project Crypto”, que busca alinhar a inovação tecnológica ao sistema regulatório dos EUA, transformando o país em um dos líderes globais no setor.
Stablecoins e Legislação: Genius Act cria novo marco regulatório nos EUA

A aprovação do Genius Act, em julho de 2025, marcou um divisor de águas para o mercado de stablecoins nos Estados Unidos. Pela primeira vez, existe um arcabouço regulatório federal claro que estabelece regras rígidas de emissão, lastro e transparência.
Regras principais do Genius Act
- Lastro integral 1:1: stablecoins precisam ser totalmente garantidas por dólares ou ativos líquidos de baixo risco.
- Auditorias e transparência: emissores são obrigados a divulgar relatórios mensais sobre reservas, com auditorias independentes.
- Proibição de juros: as stablecoins não podem oferecer rendimento aos detentores, reforçando seu caráter de meio de pagamento.
- Supervisão regulatória: apenas bancos e instituições financeiras autorizadas podem emitir stablecoins nos EUA.
Essas medidas aumentam a segurança jurídica e impulsionam a confiança institucional. Não por acaso, empresas como JPMorgan, Visa e Mastercard já estudam novas integrações para acelerar pagamentos digitais e reduzir custos operacionais.
Projeções otimistas para o mercado de stablecoins
De acordo com análises recentes, o setor deve ultrapassar US$ 400 bilhões em valor de mercado até o final de 2025 e chegar próximo a US$ 2 trilhões em 2028. Esse crescimento será impulsionado tanto pela adoção institucional quanto pelo uso crescente em pagamentos transfronteiriços, remessas e integração com bancos.
O que muda para investidores e empresas
- Investidores ganham mais proteção regulatória e clareza sobre os riscos.
- Bancos e fintechs podem integrar stablecoins em soluções de pagamento de forma segura e regulada.
- Mercado global se aproxima de um padrão regulatório, aumentando competitividade frente ao modelo europeu (MiCA).
Relatório de Empregos dos EUA: impacto direto no Bitcoin e nas criptomoedas
O mercado cripto acompanha de perto o relatório de empregos dos EUA (NFP), divulgado nesta sexta-feira (5), como um dos principais catalisadores macroeconômicos de setembro.
- A expectativa é de desaceleração no mercado de trabalho, com projeção de até 75 mil novas vagas e taxa de desemprego próxima de 4,3%.
- Caso os números confirmem um cenário mais fraco, aumentam as chances de corte de juros pelo Federal Reserve, fortalecendo o apetite por risco e impulsionando ativos como Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH).
- Se os dados surpreenderem para cima, o dólar pode ganhar força, trazendo pressão momentânea sobre as criptomoedas.
Esse dado se torna decisivo porque define expectativas para a próxima reunião do FOMC, em meados de setembro, e pode ditar a tendência do mercado cripto no curto prazo.
Remittix (RTX): a nova altcoin PayFi que pode valorizar até 100x
Enquanto investidores monitoram os dados macro, a altcoin Remittix (RTX) chama atenção por sua proposta DeFi aplicada a pagamentos internacionais.
- A criptomoeda já arrecadou mais de US$ 23 milhões em presale, vendendo mais de 630 milhões de tokens.
- Está confirmada em exchanges como BitMart e LBank, aumentando liquidez e visibilidade.
- Seu roadmap prevê o lançamento de uma wallet multimoedas ainda em 2025, com suporte a 40+ criptomoedas, 30+ moedas fiduciárias e conversões em tempo real.
- Analistas destacam a RTX como um dos projetos mais promissores de 2025, com potencial de valorização entre 40x e 100x, superando altcoins tradicionais como XRP e ADA.
O grande diferencial da Remittix está em oferecer eficiência em remessas internacionais, alinhando a praticidade das criptomoedas com a necessidade real de pagamentos mais rápidos e baratos.
Brasil é o 5º País com Maior Adoção de Criptomoedas no Mundo

O Brasil ocupa a 5ª posição no ranking global de adoção de criptomoedas 2025, segundo o novo relatório da Chainalysis. O estudo destaca a força da América Latina, impulsionada pelo crescimento on-chain e pelo uso crescente de stablecoins como USDT e USDC.
Ranking Global de Adoção de Criptomoedas 2025
De acordo com a Chainalysis, os cinco países com maior adoção cripto neste ano são:
- Índia
- Estados Unidos
- Paquistão
- Vietnã
- Brasil
Além do Brasil, na América Latina, apenas Venezuela (18º lugar) e Argentina (20º lugar) aparecem entre os 20 primeiros.
Crescimento da América Latina no Mercado Cripto
A região foi a segunda com maior alta mundial em atividade on-chain, com 63% de crescimento no último ano. Esse avanço ficou atrás apenas da Ásia-Pacífico, que registrou 69%.
Outros destaques regionais:
- África Subsaariana: +52%
- América do Norte: +49% (impulsionada por ETFs de BTC e ETH)
- Europa: +42%
O Papel das Stablecoins na Adoção Global
O relatório mostra que as stablecoins continuam dominando o mercado:
- USDT (Tether) processou mais de US$ 1 trilhão por mês entre junho/2024 e junho/2025.
- USDC variou entre US$ 1,24 trilhão e US$ 3,29 trilhões mensais.
- Novas stablecoins como EURC, PYUSD e DAI tiveram crescimento expressivo, com destaque para o EURC, que saltou 89% ao mês, de US$ 47 milhões para mais de US$ 7,5 bilhões.
Por Que o Brasil Está em Destaque?
- Crescente uso de stablecoins para pagamentos e proteção contra inflação.
- Expansão de exchanges locais e internacionais com forte presença no país.
- Integração de criptomoedas em serviços financeiros digitais.
- Comunidade ativa de investidores e desenvolvedores no ecossistema cripto.
O Brasil consolidou-se como um dos líderes globais em adoção de criptomoedas, mostrando a força da América Latina no cenário digital.
O crescimento regional de 63% e o protagonismo das stablecoins reforçam que a criptoeconomia já faz parte da realidade financeira do país.