
Essa semana de outubro marcou um dos períodos mais movimentados do ano para o mercado cripto.
O Bitcoin atingiu um novo recorde histórico de US$ 126 mil, impulsionado por fortes entradas em ETFs nos Estados Unidos e pela crescente presença de investidores institucionais. Ao mesmo tempo, Ethereum e BNB acompanharam o movimento, reforçando o otimismo generalizado que tomou conta das principais criptomoedas.
Enquanto isso, o cenário global segue agitado: o Congresso dos EUA enfrenta um impasse sobre o projeto de lei que define quem deve regular o setor (SEC ou CFTC), e o mercado aguarda a decisão da SEC sobre os ETFs à vista de Solana, que pode abrir um novo capítulo para as altcoins.
No Brasil, a queda da MP 1.303 foi celebrada como vitória do bom senso, mantendo benefícios fiscais para investidores de criptoativos.
Entre recordes, disputas regulatórias e avanços institucionais, essa semana mostrou por que o mercado cripto está mais aquecido do que nunca — e neste artigo, você verá tudo o que movimentou o Bitcoin, as altcoins e as decisões que podem mudar o rumo do setor em 2025.
Bitcoin Bate Novo Recorde de US$ 126 Mil com Forte Entrada em ETFs

Fonte: Crypto Quant
O Bitcoin (BTC) ultrapassou a marca histórica de US$ 126.000 nesta segunda-feira (06), consolidando um novo recorde de preço e reafirmando a força do atual ciclo de alta.
Segundo dados da CoinMarketCap, o ativo manteve uma leve correção posterior, sendo negociado em torno de US$ 124.335 — movimento interpretado como uma pausa técnica após semanas de valorização contínua.
ETFs de Bitcoin registram US$ 1,21 bilhão em aportes — 2ª maior entrada da história
Os ETFs de Bitcoin nos Estados Unidos registraram um fluxo de US$ 1,21 bilhão em um único dia, o segundo maior volume diário da história. O recorde anterior, de US$ 1,37 bilhão, ocorreu em 7 de novembro de 2024, logo após a vitória eleitoral de Donald Trump.
Entre os fundos, o IBIT da BlackRock liderou as captações com US$ 969 milhões, seguido por FBTC (Fidelity) com US$ 112 milhões e BITB (Bitwise) com US$ 60 milhões.
Esse movimento mostra o crescimento da demanda institucional por Bitcoin, especialmente por meio de veículos regulados e de fácil acesso, como os ETFs à vista.
Analistas veem alta estruturada, mas alertam para correção técnica
De acordo com especialistas da BRN, o atual rali do Bitcoin em 2025 é sustentado por posições menos alavancadas e por uma estrutura de mercado mais sólida, o que reduz o risco de liquidações em massa.
Mesmo assim, os analistas consideram saudável uma consolidação entre US$ 123.000 e US$ 126.000 antes de uma possível nova escalada rumo à faixa de US$ 130.000 a US$ 135.000.
Essa leitura sugere que o atual movimento de alta é mais orgânico e sustentável, refletindo o avanço da adoção institucional e o impacto direto dos ETFs sobre a liquidez do mercado.
Altcoins também sobem: BNB e Ethereum em destaque
O otimismo do mercado se estendeu para outras criptomoedas:
- BNB (Binance Coin) subiu 6,2%, atingindo US$ 1.293, seu preço mais alto até hoje.
- Ethereum (ETH) valorizou 3%, chegando a US$ 4.694, impulsionada por novos fluxos em plataformas DeFi e expectativa por atualizações de rede.
O desempenho das altcoins reforça o padrão histórico de que altas expressivas do Bitcoin tendem a atrair capital para o restante do mercado cripto.
Por que este recorde do Bitcoin importa?
A forte entrada de capital em ETFs reforça a percepção de que o mercado de criptomoedas está amadurecendo. A presença crescente de grandes instituições financeiras, como BlackRock e Fidelity, eleva a credibilidade e reduz a barreira de entrada para investidores tradicionais.
Com isso, o Bitcoin consolida seu papel como ativo de reserva digital e atrai novas ondas de investidores que buscam proteção contra instabilidade econômica e inflação.
Bitcoin Cai para US$ 120 Mil Enquanto Ouro e Ações Batem Novas Máximas

Fonte: Cointelegraph
O Bitcoin (BTC) recuou cerca de 1,8% nas últimas 24 horas, sendo negociado próximo de US$ 123.468, após atingir recentemente sua máxima histórica de US$ 126.000.
Apesar da leve queda, o BTC ainda acumula alta de 1,5% na semana e 7,6% no mês, mostrando que a correção ocorre após um forte rali de valorização.
Enquanto o Bitcoin realiza lucros, os mercados tradicionais seguem em alta: ouro, prata e ações americanas atingiram novos recordes históricos, impulsionados por expectativas econômicas positivas e políticas monetárias cautelosas.
Bitcoin perde força temporária após máximas históricas
Após semanas de forte valorização, o Bitcoin mostra sinais de correção técnica natural.
Segundo analistas da CryptoQuant, a criptomoeda vem apresentando desempenho mais fraco em comparação a ações e metais preciosos, o que indica uma pausa saudável no ciclo de alta.
“Para confirmar uma mudança real de tendência, seria necessário observar quedas consistentes ao longo de vários dias”, afirmou o analista Maartunn.
Ainda assim, o BTC segue apenas 3,8% abaixo do seu topo histórico, o que sugere que o movimento atual pode representar apenas uma fase de consolidação antes de novos avanços.
Ouro e ações disparam e superam o desempenho do Bitcoin
Enquanto o BTC recua, os mercados tradicionais vivem um momento de euforia:
- O ouro ultrapassou US$ 4.000 por onça pela primeira vez na história;
- A prata subiu para US$ 51 por onça;
- Os índices S&P 500 e Nasdaq 100 renovaram máximas históricas em Nova York.
Desde o início de 2025, o ouro acumula valorização de 53%, enquanto o Bitcoin subiu cerca de 29%, partindo de US$ 94.000 até sua máxima recente.
A diferença mostra que, no curto prazo, ativos tradicionais ainda são vistos como porto seguro, especialmente em períodos de incerteza monetária.
Falta de clareza do Fed aumenta cautela entre investidores
O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, realizou recentemente um discurso sem mencionar diretamente a situação econômica dos EUA.
Essa ausência de sinalização sobre juros, inflação e liquidez aumentou a volatilidade nos mercados, levando parte dos investidores a buscar proteção em ativos como ouro e ações — e reduzindo temporariamente o apetite por criptoativos.
Recorde Global: ETFs Cripto Recebem US$ 5,95 Bilhões em uma Semana

De acordo com um relatório da Reuters, o mercado de criptomoedas registrou um marco histórico no início de outubro:os ETFs de criptoativos receberam US$ 5,95 bilhões em aportes globais em apenas sete dias — o maior volume semanal já registrado.
O principal destaque foi o Bitcoin (BTC), que concentrou US$ 3,55 bilhões em novos investimentos através de ETFs.
Esse movimento reflete o forte apetite institucional por exposição ao Bitcoin, impulsionado pela valorização recente e pela percepção de que o ativo pode atingir novos recordes até o fim do ano.
O Ethereum (ETH) também se destacou, com US$ 1,48 bilhões direcionados a seus ETFs. A procura crescente por produtos vinculados ao ETH indica o aumento do interesse de investidores em contratos inteligentes, staking e aplicações DeFi — setores em franca expansão dentro do ecossistema Ethereum.
Especialistas apontam que esse fluxo recorde mostra uma mudança de perfil no mercado cripto: os investidores institucionais estão optando por ETFs regulados como porta de entrada segura, reduzindo a dependência de exchanges centralizadas e reforçando a legitimidade dos ativos digitais nos mercados tradicionais.
ETF de Solana Pode Ser Aprovado e Agitar o Mercado Cripto

A Securities and Exchange Commission (SEC), reguladora do mercado financeiro dos Estados Unidos, deve decidir nesta sexta-feira (10) sobre a possível aprovação dos primeiros ETFs à vista de Solana (SOL).
A decisão pode representar um novo marco para o mercado cripto, ampliando o acesso institucional à blockchain da Solana e impulsionando o preço do token. Gestoras como VanEck, 21Shares, Bitwise e Franklin Templeton estão entre as que aguardam o sinal verde.
Bitcoin e Solana operam em leve queda antes da decisão
Enquanto o mercado aguarda a deliberação da SEC, as principais criptomoedas apresentam leve correção:
- Bitcoin (BTC) recua cerca de 0,4%, sendo negociado a US$ 121.354;
- Solana (SOL) cai 1%, cotada a US$ 219,77;
- BNB, da Binance, lidera as perdas entre os 10 maiores criptoativos, com queda de 2,1%.
Apesar do movimento de curto prazo, investidores acreditam que uma aprovação dos ETFs de Solana pode reverter o sentimento de cautela e gerar um novo ciclo de alta no mercado.
O que é um ETF à vista de Solana?
Um ETF à vista (spot ETF) é um fundo negociado em bolsa que detém diretamente o ativo subjacente — neste caso, o token SOL.
Isso significa que o investidor poderá expor-se à Solana de forma regulada e sem precisar comprar ou custodiar as criptomoedas por conta própria.
Assim como os ETFs de Bitcoin e Ethereum aprovados anteriormente, os de Solana podem:
- Ampliar o acesso institucional à cripto;
- Aumentar a liquidez e o reconhecimento do ativo;
- E servir como novo termômetro para a adoção de altcoins em Wall Street.
Por que essa decisão é importante para o mercado cripto?
A possível aprovação dos ETFs de Solana reforça uma tendência clara:
a expansão da tokenização institucional e a integração de ativos digitais no sistema financeiro tradicional.
Desde a aprovação dos ETFs de Bitcoin e Ethereum, os investidores aguardam qual será o próximo ativo a entrar no radar regulatório da SEC.
Se o ETF de Solana for confirmado, o ativo pode se consolidar como a terceira grande cripto institucionalizada, atrás apenas de BTC e ETH.
Impasse no Senado dos EUA trava avanço da nova lei cripto
Segundo reportagem do Politico, o Senado dos Estados Unidos enfrenta um impasse sobre o projeto de lei que busca definir as responsabilidades regulatórias do mercado cripto, especialmente entre a SEC (Securities and Exchange Commission) e a CFTC (Commodity Futures Trading Commission).
O texto da proposta pretende estabelecer limites claros entre os dois órgãos — algo que há anos gera incerteza jurídica para empresas de blockchain, investidores institucionais e projetos de DeFi.
Na prática, o projeto tenta responder à pergunta central:
“Quem deve supervisionar os ativos digitais — a SEC, responsável por valores mobiliários, ou a CFTC, que regula derivativos e commodities?”
No entanto, as divergências políticas entre democratas e republicanos estão travando o avanço do texto.
Enquanto republicanos defendem regras mais claras e leves para incentivar inovação e competitividade, democratas exigem maior proteção ao investidor e fiscalização sobre tokens que funcionam como títulos de investimento.
As discussões esquentaram após o aumento da adoção institucional e o crescimento dos protocolos DeFi, que movimentam bilhões de dólares fora do sistema bancário tradicional.
O debate sobre como regular a próxima geração de finanças descentralizadas tornou-se um dos temas mais sensíveis em Washington, especialmente em ano pré-eleitoral.
Token Russo A7A5 Desafia Sanções e Patrocina Conferência Global

Fonte: Brave New Coin
Durante a conferência TOKEN2049, realizada em Singapura, um fato inusitado chamou atenção do mercado: o token rublado A7A5, alvo de sanções impostas pelos Estados Unidos e Reino Unido, apareceu como patrocinador oficial do evento — um dos maiores encontros do setor de criptomoedas no mundo.
A notícia gerou desconforto entre reguladores e empresas participantes, já que a presença de um ativo sancionado em um evento internacional de grande porte levanta questões sobre compliance e due diligence dentro da indústria cripto.
A7A5 movimenta mais de US$ 6 bilhões desde agosto
De acordo com o Financial Times, apesar das restrições, o A7A5 já movimentou mais de US$ 6 bilhões em transações desde agosto de 2025.
Analistas apontam que o token — supostamente lastreado no rublo russo e associado a instituições próximas ao Kremlin — vem utilizando táticas sofisticadas para ocultar rastros, dificultando o rastreamento de fluxos e a identificação de carteiras vinculadas a entidades sancionadas.
Essas movimentações sugerem que o A7A5 pode estar sendo usado para contornar sanções financeiras internacionais, funcionando como uma ferramenta de liquidez alternativa fora do sistema bancário tradicional.
O episódio reacende o debate sobre como ativos digitais podem ser explorados por estados sob sanções e como a transparência das blockchains pode ser desafiada por tecnologias de privacidade e protocolos descentralizados.
CZ Zhao é alertado pelo Google sobre ataque hacker “patrocinado por governo”

Fonte: X
Zhao compartilhou no X (Twitter) que recebeu um alerta do Google informando que “atacantes patrocinados por governos podem estar tentando roubar sua senha.”
Ele acrescentou que esses avisos aparecem “de vez em quando”, sugerindo tentativas recorrentes de grupos hackers avançados possivelmente ligados ao Lazarus Group, da Coreia do Norte.
O Lazarus Group é uma das organizações de hackers estatais mais conhecidas do mundo e é responsabilizado por alguns dos maiores roubos de criptomoedas da história. Só em 2024, o grupo teria roubado mais de US$ 1,34 bilhão em ativos digitais — o dobro do valor de 2023.
Quem está por trás do ataque?
Embora o Google não tenha confirmado a origem, Zhao deu a entender que o Lazarus Group pode ser o responsável.
Essa rede de cibercrime, supostamente apoiada pelo governo norte-coreano, é especializada em infiltrar corretoras de criptomoedas, plataformas DeFi e desenvolvedores de blockchain por meio de:
- Ataques de phishing direcionados a executivos e desenvolvedores;
- Falsas candidaturas de emprego com currículos forjados para obter acesso interno a empresas cripto;
- Documentos infectados com malware enviados por e-mail ou LinkedIn.
Segundo a empresa de cibersegurança SEAL, pelo menos 60 agentes norte-coreanos estão atualmente se passando por profissionais de TI para se infiltrar em projetos de criptomoedas baseados nos Estados Unidos.
Por que isso importa?
O alerta enviado a Zhao destaca como as ameaças cibernéticas patrocinadas por governos estão se tornando mais frequentes e sofisticadas — especialmente contra figuras de alto perfil e corretoras centralizadas que armazenam grandes volumes de ativos digitais.
O aumento desses ataques indica que campanhas de hackers em nível nacional já são um risco central para toda a indústria cripto.
Como as empresas de cripto podem se proteger
Especialistas recomendam combinar segurança avançada com conscientização interna para reduzir os riscos:
- Autenticação de dois fatores (2FA) e carteiras com múltiplas assinaturas;
- Detecção de ameaças baseada em comportamento, impulsionada por IA;
- Verificação de antecedentes de funcionários e simulações de phishing;
- Controle rigoroso de acesso e políticas de armazenamento em cold wallets.
Setor Cripto Comemora Queda da MP 1.303: “Vitória do Bom Senso”
O setor de criptomoedas no Brasil celebrou a rejeição da Medida Provisória 1.303/2025, que previa o aumento do Imposto de Renda sobre ganhos com criptoativos para 18% e o fim da isenção mensal de R$ 35 mil em operações.
A Câmara dos Deputados optou por não votar a MP, que perdeu validade automaticamente — decisão vista pelo mercado como uma vitória do bom senso e da previsibilidade regulatória.
O que a MP 1.303 pretendia mudar?
A proposta da MP enviada pelo governo federal previa uma alíquota unificada de 18% para ganhos de capital em aplicações financeiras, incluindo Bitcoin, Ethereum e outras criptomoedas.
Também acabaria com a isenção que permitia aos investidores vender até R$ 35 mil por mês em criptoativos sem pagar imposto de renda.
Além disso, a MP criava um regime especial de regularização de ativos digitais não declarados, com alíquota reduzida de 7,5% até dezembro de 2025.
Reação do mercado: “Vitória do bom senso”
Entidades do setor e corretoras comemoraram a decisão de deixar a MP caducar:
- A ABcripto (Associação Brasileira de Criptoeconomia) classificou a queda como “uma vitória da racionalidade e do diálogo”, destacando que o texto original não teve debate técnico suficiente.
- A Abfintechs afirmou que o resultado “preserva o ambiente de inovação e competitividade do mercado cripto brasileiro”.
- O Mercado Bitcoin (MB) ressaltou que a rejeição protege o pequeno investidor, que representa mais de 90% dos participantes do mercado, evitando burocracia e carga tributária excessiva.
- Para a OranjeBTC, a decisão “preserva a justiça para pequenos investidores e mantém o caminho para uma regulação responsável”.
Por que o setor via a MP como ameaça?
Especialistas apontaram que a mudança tributária abrupta traria riscos como:
- Desestímulo ao investimento local, com possíveis migrações de capital para exchanges estrangeiras;
- Perda de competitividade do Brasil em relação a países que adotam políticas fiscais mais neutras para criptoativos;
- Insegurança jurídica, já que a MP alterava regras estruturais sem discussão pública adequada.
A derrubada, portanto, é vista como um sinal positivo de diálogo entre governo e setor cripto, reforçando a importância de regulações debatidas e transparentes.
O que esperar agora?
Com o fim da MP 1.303, valem as regras anteriores:
- O imposto sobre ganhos de capital com criptomoedas continua progressivo, variando de 15% a 22,5%, de acordo com o lucro obtido;
- Mantém-se a isenção de R$ 35 mil mensais para vendas de ativos digitais.
O setor espera que futuras discussões sobre tributação passem pelo Congresso de forma aberta, com foco em equilíbrio entre arrecadação, inovação e proteção ao investidor.