Atualização do Mercado Cripto: 13 de Junho

Um profissional observa gráficos de criptomoedas em uma tela digital, ao lado do título 'Atualização do mercado cripto' da Klever.

A semana já começou em ritmo acelerado — e ganhou ainda mais intensidade.

Entre ataques militares, anúncios econômicos de peso, apoio regulatório inesperado e recordes batidos por grandes empresas, o mercado de criptoativos foi colocado à prova.

Bitcoin despencou após novas tensões no Oriente Médio. Ethereum disparou com sinais positivos da SEC. Trump confirmou um acordo comercial com a China que reacende discussões sobre tarifas e cadeias globais. E, mesmo em meio à turbulência, ETFs de cripto e compras institucionais bilionárias continuam mostrando força.

Tudo isso aconteceu em menos de uma semana.

O mercado está reagindo em tempo real a decisões políticas, militares e financeiras que impactam diretamente o presente e o futuro dos criptoativos. E quem acompanha de perto sabe: esse é o tipo de momento que redefine tendências — e revela oportunidades.

Trump Confirma Acordo Comercial com China

Xi Jinping and Donald Trump side by side with Chinese and American flags in the background, symbolizing US-China political tensions.

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que o novo acordo comercial com a China está “completamente fechado”, restando apenas a aprovação formal do presidente chinês Xi Jinping.

A informação foi confirmada por autoridades dos EUA e da China, e representa um novo capítulo nas relações comerciais entre os dois países, marcadas por tensões tarifárias nos últimos anos.

Principais Pontos do Acordo EUA-China

1. Tarifas Estabelecidas:

  • EUA manterão 55% em tarifas sobre produtos chineses, distribuídas da seguinte forma:
    • 10% base
    • 20% sobre produtos com fentanil
    • 25% herdados da administração anterior
  • China aplicará 10% de tarifas sobre produtos americanos

2. Fornecimento de Terras Raras:

  • A China concordou em antecipar o envio de ímãs e minerais de terras raras, fundamentais para setores como eletrônicos, energia, armamentos e veículos elétricos.

3. Acesso Acadêmico:

  • Os EUA permitirão a entrada facilitada de estudantes chineses em universidades americanas, favorecendo o intercâmbio educacional entre as potências.

Por Que o Acordo É Importante Para o Mercado Global?

  • Evita escalada da guerra comercial: impede que tarifas subam para níveis críticos (acima de 125%) em ambas as direções.
  • Destrava cadeias de produção: terras raras são essenciais para fabricação de chips, baterias e veículos elétricos.
  • Estabilidade política e econômica: sinaliza cooperação diplomática em meio a um cenário geopolítico incerto.
  • Impacto em setores estratégicos: tecnologia, energia, educação e comércio internacional serão diretamente influenciados.

Trump Elogia Acordo com a China, mas Defende Tarifas Sobre Carros e Aço

Durante discurso recente, Donald Trump celebrou o novo acordo comercial com a China, dizendo que o pacto foi “ótimo para ambos os países”. 

 

O presidente destacou que a China se mostrou disposta a cooperar, especialmente com a entrada de produtos norte-americanos no mercado asiático.

Mesmo elogiando o acordo com a China, Trump deixou claro que:

  • As tarifas sobre carros importados continuarão altas, e devem subir ainda mais em breve.
  • A medida visa proteger a indústria automotiva dos Estados Unidos, que ele considera estratégica para o país.

Trump também reafirmou a importância de manter tarifas elevadas sobre aço e alumínio importados, alegando:

  • Fortalecimento da produção nacional
  • Aumento da capacidade industrial doméstica
  • Controle estatal parcial na US Steel, por meio de uma golden share

O acordo entre EUA e China representa um avanço diplomático, mas sem abrir mão do protecionismo econômico interno

 

A decisão de manter ou até aumentar tarifas sobre carros, aço e alumínio revela que, para Trump, crescimento econômico e segurança industrial caminham juntos.

Mercado Cripto Cai 4% Após Tensão Geopolítica

Cryptocurrency price panel shows market drop; Bitcoin at US$ 104,438 (-3.27%), Ethereum falls 8.71% and Solana falls 9.45%.

Desempenho das criptomoedas de grande capitalização nas últimas 24 horas. Fonte: Coin360

 

A queda do mercado cripto em 13 de junho foi puxada por tensões geopolíticas. Um ataque militar de Israel ao Irã provocou um movimento global de aversão ao risco. 

 

Investidores se protegeram migrando para ativos tradicionais como ouro, petróleo e títulos do Tesouro dos EUA, abandonando criptoativos.

A volatilidade causou o maior volume de liquidações desde fevereiro:

  • US$ 1,15 bilhão em liquidações nas últimas 24h
  • US$ 1 bilhão em posições longas
  • Bitcoin: US$ 448 milhões liquidados
  • Ethereum: US$ 288 milhões liquidados

Ranking of the 10 largest cryptocurrencies shows a drop in ETH, SOL and ADA; Bitcoin leads with US$ 103,990, up 1.33% in the week.

Desempenho das principais criptomoedas. Fonte: CoinMarketCap

Apesar da correção, analistas técnicos identificaram a formação de um padrão bull flag, sugerindo que o recuo pode ser apenas uma pausa dentro de uma tendência de alta.

Níveis técnicos importantes:

  • Suporte: US$ 3,1 trilhões (linha inferior do canal)
  • Alvo de correção mais forte: US$ 2,75 trilhões (média móvel de 50 dias)
  • Fundo do canal: US$ 2,31 trilhões
    Se o suporte de US$ 3,1 tri for mantido, o cenário altista segue válido.

Bitcoin recua para US$ 104 mil após ataque de Israel ao Irã e tensão geopolítica

Chart shows Bitcoin falling from $107.7K to $104.3K between June 12 and 13, 2025, according to data from CoinMarketCap.

O Bitcoin está sendo negociado a US$ 104.370 no momento da publicação. Fonte: CoinMarketCap

O Bitcoin (BTC) sofreu uma queda brusca nesta sexta-feira (13/06), recuando para US$ 104.700 (cerca de R$ 584 mil), após um ataque aéreo de Israel contra instalações nucleares no Irã, que resultou na morte do general Mohammad Bagheri. 

O evento aumentou a tensão geopolítica no Oriente Médio e provocou forte aversão ao risco nos mercados globais.

A escalada entre Israel e Irã gerou uma onda de liquidação em ativos de risco, como criptomoedas e ações. 

Em momentos de incerteza, investidores buscam liquidez imediata, vendendo até mesmo ativos como o Bitcoin — frequentemente visto como reserva de valor — para se protegerem.

O analista André Franco, da Boost Research, destacou que em cenários de estresse extremo, nem mesmo o BTC escapa da pressão vendedora. A expectativa de uma retaliação iraniana aumenta o risco de um conflito prolongado, o que deve manter os mercados em alerta.

Além do Bitcoin, outras criptomoedas também recuaram:

  • Ethereum (ETH) caiu cerca de 7,2%, acompanhando o movimento de venda generalizada.
  • Petróleo Brent subiu cerca de 8%, refletindo preocupações com possíveis impactos na cadeia de suprimentos.

Apesar da queda dos preços, os ETFs de criptoativos continuam atraindo capital:

  • ETFs de Bitcoin
    • Entradas líquidas (12/06): US$ 86,3 milhões
    • Destaque: IBIT da BlackRock com +US$ 288,3 milhões
  • ETFs de Ethereum
    • Entradas líquidas (12/06): US$ 112,3 milhões
    • Destaque: ETHA da BlackRock com +US$ 101,5 milhões

A queda do Bitcoin para US$ 104 mil reflete a forte influência que eventos geopolíticos exercem sobre o mercado de criptomoedas. 

Mesmo ativos considerados seguros em longo prazo, como o BTC, sofrem pressão em momentos de alta incerteza.

Ainda assim, os dados de ETFs mostram que o interesse institucional permanece firme, sugerindo que a visão de longo prazo sobre o setor continua positiva — apesar da volatilidade no curto prazo.

SEC Reafirma Direito à Autocustódia e Revoga Propostas Contra DeFi

 Seal of the US SEC (Securities and Exchange Commission) highlighted on a background of orange cubes, representing regulation.

Fonte: The block

Em junho de 2025, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC), agora sob a liderança de Paul Atkins, oficializou uma mudança de postura que pode redefinir o futuro dos criptoativos no país.

A SEC revogou formalmente propostas de regras da gestão anterior, que buscavam impor limitações à autocustódia de criptoativos e ao funcionamento de plataformas DeFi. 

Segundo Atkins, o direito à autocustódia é um valor central que deve ser preservado, destacando o controle direto dos indivíduos sobre seus ativos digitais como parte da liberdade financeira.

Principais mudanças anunciadas pela SEC

  1. Revogação do SAB 121
    O parecer contábil SAB 121, que dificultava que bancos e corretoras mantivessem ativos digitais para clientes, foi oficialmente cancelado. A decisão abre caminho para que instituições financeiras tradicionais possam atuar como custodiante de criptoativos, com segurança jurídica e respaldo normativo.
  2. Fim das propostas que visavam plataformas DeFi
    Foram retiradas as propostas da era Gensler que buscavam classificar protocolos DeFi como bolsas de valores registradas, eliminando riscos regulatórios para desenvolvedores e usuários.
  3. Reconhecimento legal da autocustódia
    A SEC reconheceu publicamente que cidadãos têm o direito de manter seus ativos sob sua própria guarda, sem a obrigação de recorrer a intermediários ou custodiantes centralizados.
  4. Compromisso com novas regras claras
    Atkins declarou que a SEC trabalhará na criação de regras específicas para a emissão, custódia e negociação de criptoativos, evitando a estratégia anterior de “regulação por enforcement”.

Impactos imediatos para o mercado cripto

Para usuários individuais:

  • Liberdade para usar carteiras autocustodiais com amparo legal.
  • Redução do risco de sanções por manter criptomoedas fora de exchanges centralizadas.
  • Maior confiança em soluções de autocustódia como Klever Wallet, Ledger, Trezor, entre outras.

Para o mercado institucional:

  • Bancos podem oferecer serviços de custódia com respaldo contábil claro.
  • Fundos de investimento, family offices e gestoras passam a ter mais segurança jurídica ao operar com cripto.
  • Corretores com sistemas ATS poderão negociar tokens como Bitcoin e Ethereum dentro da lei.

A nova postura da SEC marca uma mudança profunda no cenário regulatório dos Estados Unidos. 

Ao defender a autocustódia como um direito legítimo, o órgão dá um passo importante para promover a soberania digital dos indivíduos e destravar a inovação no setor de criptoativos.

Coinbase lança cartão de crédito com até 4% de cashback em BitcoinCoinbase American Express black card with hexadecimal code design, displayed on a dark background with logos of both brands.

Fonte: Coinbase

A Coinbase anunciou em 12 de junho de 2025 o lançamento do Coinbase One Card, um cartão de crédito com cashback em Bitcoin de até 4%, desenvolvido em parceria com a American Express

O cartão será exclusivo para assinantes do serviço Coinbase One e estará disponível nos Estados Unidos a partir do outono de 2025.

Como funciona o Coinbase One Card?

  • Cashback de 2% a 4% em Bitcoin (BTC) em todas as compras realizadas com o cartão.
  • O percentual do cashback depende do volume de ativos mantidos na conta da Coinbase.
  • O cartão será desativado automaticamente caso o usuário cancele a assinatura do plano Coinbase One.
  • Vem com benefícios AmEx, como seguro de viagem, proteção de compra e acesso a experiências exclusivas.

Disponível apenas para membros do Coinbase One

O cartão é exclusivo para quem assina o plano Coinbase One, que agora oferece duas versões:

  • Plano Basic: US$ 4,99/mês ou US$ 49,99/ano
  • Benefícios da assinatura:
    • Zero taxa de negociação até US$ 500/mês
    • APY de 4,5% em USDC (até US$ 10 mil)
    • Recompensas maiores em staking
    • Atendimento prioritário e ferramentas de segurança avançadas

A iniciativa faz parte da estratégia da empresa de aumentar a receita recorrente com assinaturas e reduzir a dependência de taxas de transação, especialmente em momentos de baixa no mercado cripto. 

O cashback em BTC transforma o cartão em uma ferramenta de incentivo para manter fundos na plataforma e usar cripto no dia a dia.

Trump Declara Apoio às Stablecoins e ao Bitcoin em Evento da Coinbase

O presidente Donald Trump participou, por vídeo, da conferência “State of Crypto” da Coinbase.

Em sua fala, ele reforçou seu compromisso com o avanço das criptomoedas nos Estados Unidos. 

Trump defendeu a criação de um marco legal favorável à tecnologia blockchain e afirmou apoiar o GENIUS Act, projeto que visa regulamentar stablecoins lastreadas em dólar.

Esse movimento marca uma mudança clara em relação à gestão anterior, posicionando o governo americano como potencial líder global na regulamentação de criptoativos — especialmente em ano eleitoral.

Strategy (ex-MicroStrategy) Compra Mais US$ 110 Milhões em Bitcoin e Alcança 582.000 BTC em Reservas

Three Bitcoin coins highlighted with the “Strategy₿” logo in the background in orange, representing crypto investment strategy.

Fonte: TipRanks

A Strategy, empresa liderada por Michael Saylor (anteriormente conhecida como MicroStrategy), anunciou a compra de 1.045 Bitcoins por US$ 110,2 milhões. Essa é a nona semana consecutiva de aquisições, consolidando sua posição como a maior detentora institucional de Bitcoin no mundo.

A companhia agora acumula um total de 582.000 BTC, com valor estimado em mais de US$ 62 bilhões.

Michael Saylor, chairman da Strategy, mantém sua tese de que o Bitcoin é o ativo mais sólido do século 21. A empresa adota uma política agressiva de alocação de capital, comprando BTC de forma constante e em grandes volumes.

  • Total investido até agora: US$ 40,79 bilhões
  • Preço médio por BTC: US$ 70.086
  • Retorno acumulado em 2025: 17,1%

Com os 582 mil BTC em tesouraria, a Strategy agora controla cerca de 2,8% de todos os Bitcoins em circulação. Essa posição reforça sua imagem como uma “Bitcoin treasury company”, termo usado pelo próprio Saylor para definir o novo modelo de negócio da companhia.

Avaliação de Mercado Acima do Valor em Bitcoin

O valor de mercado da Strategy ultrapassa US$ 108 bilhões, quase o dobro do valor de seus Bitcoins. Isso tem gerado críticas de analistas e investidores — como o famoso short seller Jim Chanos — que questionam o “prêmio” exagerado atribuído à ação da empresa.

  • Bitcoin detido: US$ 62 bilhões (estimado)
  • Valor de mercado da empresa: US$ 108 bilhões

A estratégia de compras contínuas envolve uso intensivo de alavancagem e instrumentos financeiros. Isso potencializa ganhos em ciclos de alta, mas também aumenta os riscos caso o preço do BTC caia bruscamente.

O Que Isso Significa para Investidores

  • Exposição indireta ao Bitcoin: Comprar ações da Strategy virou uma forma alternativa de investir em BTC com efeito multiplicador.
  • Alta volatilidade: Como a empresa depende do preço do BTC, seus papéis são altamente voláteis.
  • Modelo replicável: Outras empresas como GameStop e Trump Media começam a estudar modelos semelhantes.

A nova compra de 1.045 BTC pela Strategy reforça a visão de Michael Saylor sobre o Bitcoin como ativo de longo prazo. Com mais de meio milhão de Bitcoins em caixa, a empresa se consolida como a maior detentora institucional de BTC do mundo, mas levanta dúvidas sobre risco, valuation e sustentabilidade de sua estratégia.

Ethereum e Tokens DeFi Disparam Após Sinal Verde da SEC

Stylized Ethereum logo floating above a futuristic neon cityscape, representing the rise of Web3 and DeFi applications in digital urban environments.

Fonte: The Defiant

O preço do Ethereum (ETH) e de diversos tokens DeFi registrou forte alta nesta semana após a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) sinalizar apoio a projetos descentralizados. 

Tokens como Uniswap (UNI) e Aave (AAVE) subiram até 23%, impulsionados por comentários do presidente da SEC indicando uma possível “isenção para inovação”.

A valorização foi motivada por declarações recentes da SEC:

  • A autarquia mencionou ajustes regulatórios que podem beneficiar projetos de finanças descentralizadas (DeFi).
  • Um possível regime de “isenção regulatória para inovações on-chain” foi citado pelo presidente da SEC.
  • O mercado interpretou essas sinalizações como uma abertura para maior segurança jurídica em torno de tokens construídos sobre o Ethereum.

Tokens que Mais Subiram Após o Sinal da SEC

  • Uniswap (UNI): alta de 23%, cotado a US$ 8
  • Aave (AAVE): valorização de 16%, negociado a US$ 305
  • Sky (USDS): avanço de 15%, chegando a US$ 0,90
  • Ethereum (ETH): ganho de 7%, cotado em US$ 2.743

Os tokens de governança do Ethereum apresentaram volume de negociação anormalmente alto.

A Aave atingiu um recorde de US$ 26,2 bilhões em valor total bloqueado (TVL).

Os analistas destacam que, desta vez, os tokens DeFi puxaram o Ethereum para cima — o contrário do que geralmente acontece.

Por Que Isso É Importante para Investidores?

  • A sinalização da SEC oferece maior previsibilidade regulatória para o setor DeFi.
  • Gera confiança para desenvolvedores, investidores institucionais e usuários de criptoativos.
  • A possível aprovação da Clarity for Digital Tokens Act pode consolidar juridicamente a atuação de protocolos descentralizados.

A sinalização positiva da SEC impulsionou uma nova onda de valorização no mercado cripto, principalmente entre tokens DeFi vinculados ao Ethereum. 

A expectativa de regulação mais amigável reforça o potencial de longo prazo de projetos como Uniswap, Aave e Sky, além de consolidar o Ethereum como base das finanças descentralizadas.

ETF de Bitcoin da BlackRock bate recorde e se torna o mais rápido da história a atingir US$ 70 bilhões

BlackRock logo over a Bitcoin coin, with wooden blocks spelling “ETF” and up/down arrows, representing the influence of Bitcoin ETFs on institutional investment strategies.

Fonte: Coinpedia

O ETF de Bitcoin à vista da BlackRock, chamado iShares Bitcoin Trust (IBIT), alcançou US$ 70 bilhões em ativos sob gestão em apenas 341 dias, tornando-se o ETF mais rápido do mundo a atingir essa marca. 

O recorde anterior era do ETF de ouro GLD, que levou quase cinco anos (1.691 dias) para atingir o mesmo volume.

O que isso significa para o mercado de criptomoedas?

1. Forte demanda institucional por Bitcoin

O crescimento acelerado do IBIT demonstra o interesse crescente de investidores institucionais por exposição segura e regulada ao Bitcoin, sem precisar comprar a criptomoeda diretamente ou lidar com carteiras digitais.

2. BlackRock lidera entre ETFs de Bitcoin nos EUA

Enquanto o IBIT soma US$ 70 bilhões, o segundo maior ETF de Bitcoin nos EUA, o da Fidelity, possui cerca de US$ 31 bilhões em ativos. A vantagem da BlackRock é clara e consolida sua liderança no segmento de ETFs cripto nos Estados Unidos.

3. IBIT detém uma fatia significativa do fornecimento total de BTC

Em abril, o iShares Bitcoin Trust detinha cerca de 661 mil BTC, o equivalente a aproximadamente 2,8% de todo o suprimento de Bitcoin em circulação. Isso reforça o impacto estrutural dos ETFs na liquidez e preço do Bitcoin.

4. Marca histórica e nova referência no mercado financeiro

O ETF da BlackRock já havia se tornado o mais rápido a atingir US$ 10 bilhões em fevereiro de 2024. Agora, ao chegar aos US$ 70 bilhões em menos de um ano, o IBIT estabelece um novo padrão de sucesso para ETFs recém-lançados, superando até fundos tradicionais como o SPY, QQQ e o próprio GLD.

O iShares Bitcoin Trust (IBIT), ETF de Bitcoin da BlackRock, quebrou recordes históricos e se tornou o ETF mais rápido do mundo a atingir US$ 70 bilhões. 

Esse marco reforça a integração do Bitcoin no mercado financeiro tradicional, amplia o acesso institucional e fortalece o papel dos ETFs como porta de entrada para o investimento em criptomoedas.

GameStop Aumenta Exposição em BTC e Mercado Reage com Forte Queda

Front view of a GameStop retail store with signage, game posters in the windows, and hiring ads at the entrance.

A GameStop (GME) anunciou um aumento de sua oferta de notas conversíveis de US$ 1,75 bilhão para US$ 2,25 bilhões — um acréscimo de US$ 500 milhões em captação. 

A empresa pretende usar os recursos para fins corporativos gerais, incluindo o fortalecimento de sua política de investimentos em Bitcoin.

Após o anúncio, as ações da GameStop caíram mais de 20%, refletindo preocupações do mercado com o aumento da dívida e a volatilidade do BTC.

GameStop já investiu mais de US$ 500 milhões em Bitcoin

Em relatório recente, a empresa confirmou a compra de 4.710 BTC, avaliados em aproximadamente US$ 513 milhões, posicionando-se entre as maiores holdings corporativas de Bitcoin no mundo.

A expectativa é que parte da nova captação seja direcionada à expansão dessa posição — evidenciando que a GameStop está adotando uma estratégia semelhante à da MicroStrategy, que também usa emissão de dívida para comprar criptoativos.

Detalhes da emissão de dívida

  • Valor total após expansão: US$ 2,25 bilhões
  • Vencimento: Junho de 2032
  • Tipo: Notas seniores conversíveis
  • Destino: Capital de giro e investimentos — incluindo ativos digitais como Bitcoin

A emissão inclui opção de aumento adicional de US$ 337,5 milhões, podendo elevar o total para US$ 2,68 bilhões.

Por que o mercado penalizou a GameStop?

Apesar da narrativa de inovação, a estratégia provocou desconfiança por três razões principais:

  1. Exposição elevada ao risco cripto: o mercado tradicional ainda vê o Bitcoin como volátil e incerto, especialmente para empresas fora do setor financeiro.
  2. Endividamento agressivo: a ampliação da dívida de longo prazo levanta dúvidas sobre a sustentabilidade da empresa em meio a desafios operacionais.
  3. Desconexão com o core business: investidores temem que a empresa esteja se afastando de sua atividade principal — o varejo de games — para assumir um perfil de “empresa de investimentos”.

Com a nova emissão, a GameStop sinaliza que pretende manter e expandir sua presença no ecossistema cripto. 

A forte reação negativa do mercado mostra que ainda há uma divisão entre a tese pró-Bitcoin institucional e a percepção de risco por parte dos investidores tradicionais.

A estratégia pode beneficiar a empresa se o Bitcoin continuar se valorizando, mas traz riscos elevados no curto prazo — tanto para a estabilidade das ações quanto para a confiança dos acionistas.

Projeto de Lei que Regula Criptomoedas nos EUA Avança para Votação no Plenário

U.S. flag waving in front of the Capitol in Washington D.C., symbolizing American legislative authority and key decisions affecting global financial and crypto markets.

Fonte: Decrypt

O Digital Asset Market Structure Bill — apelidado de CLARITY Act — acaba de ser aprovado por dois comitês da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos: o Comitê de 

Agricultura e o Comitê de Serviços Financeiros. Com isso, o texto avança para votação no plenário da Câmara, um passo decisivo para a criação de um marco regulatório claro para ativos digitais nos EUA.

O Que o Projeto de Lei Propõe?

1. CFTC Assume Regulação de Criptomoedas

O texto transfere a supervisão primária dos criptoativos da SEC (Comissão de Valores Mobiliários) para a CFTC (Comissão de Futuros de Commodities), considerada mais adequada para tratar ativos digitais como commodities.

2. Emissores Podem Optar por Registro na SEC

Projetos de criptomoedas que desejarem vender diretamente a investidores institucionais poderão se registrar voluntariamente na SEC, mantendo flexibilidade regulatória.

3. Redução de Conflitos Regulatórios

A proposta busca acabar com disputas de jurisdição entre SEC e CFTC, promovendo segurança jurídica para empresas e investidores.

Impactos para o Mercado Cripto

A aprovação do CLARITY Act pode trazer mudanças significativas para o mercado de criptomoedas nos EUA.

 

Ao transferir a regulação principal da SEC para a CFTC, o projeto elimina conflitos entre órgãos e oferece mais segurança jurídica para empresas do setor. 

 

Com regras claras, o ambiente se torna mais favorável à inovação, atraindo startups e grandes players. 

 

A opção de registro voluntário na SEC também dá flexibilidade para emissores acessarem investidores institucionais. 

 

Na prática, a nova estrutura pode acelerar a entrada de capital no setor cripto e fortalecer os Estados Unidos como um dos países com regulação mais avançada para ativos digitais.

O Que Vem a Seguir?

  1. Votação no plenário da Câmara dos EUA
  2. Caso aprovado, segue para votação no Senado norte-americano
  3. Em seguida, o projeto pode ser sancionado ou vetado pelo presidente dos EUA.

Ethereum atrai traders com alta em ETFs, maior volatilidade e sinal verde da SEC

Artistic representation of Ethereum bullish trend, with bulls and stacked coins symbolizing optimism and rising ETH price in the crypto market.

Fonte: The Currency Analytics

O Ethereum (ETH) voltou a ganhar força no mercado cripto, atraindo a atenção de traders e investidores institucionais. 

Impulsionado por fortes entradas em ETFs, aumento de volatilidade nos derivativos e expectativas positivas da SEC sobre DeFi, o ETH está superando o Bitcoin em diversas métricas de curto prazo.

ETFs de Ethereum registram entrada recorde

Na última terça-feira (10/06), os ETFs lastreados em Ethereum receberam US$ 125 milhões em aportes líquidos, o maior volume diário dos últimos quatro meses. O destaque foi o iShares Ethereum Trust (ETHA), da BlackRock, que sozinho movimentou US$ 80 milhões.

Esse fluxo elevou o preço do ETH em 4,8% no dia, superando o ganho de 1% do Bitcoin, e fortalecendo a tese de um novo ciclo de valorização institucional para o Ethereum.

Derivativos mostram alta volatilidade no ETH

O Ethereum também lidera em volatilidade implícita nos mercados de opções e futuros. O índice de volatilidade do ETH está 34% acima do BTC, o maior desvio desde a crise da FTX em 2022.

Além disso, traders estão pagando prêmios mais altos para opções de longo prazo, como calls com vencimento em março de 2027, e as taxas de financiamento em plataformas como Deribit também estão mais altas no ETH, o que indica apostas mais agressivas em movimentações futuras.

Sinais regulatórios e técnicos reforçam otimismo

Três fatores reforçam o novo interesse no Ethereum:

  1. Abertura da SEC para o setor DeFi — O posicionamento recente da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, mais flexível com projetos descentralizados, aumenta a confiança do mercado.
  2. Declarações de Vitalik Buterin — O cofundador do Ethereum afirmou que a rede pode alcançar até 10 vezes mais escalabilidade nos próximos 12 meses, reforçando o potencial técnico.
  3. Perspectiva de aprovação de mais ETFs de Ethereum nos EUA, ampliando o acesso institucional à cripto.

Com ETFs em alta, volatilidade crescente e um ambiente regulatório mais positivo, o Ethereum volta a ocupar o centro das atenções entre traders e investidores institucionais. 

 

Os dados mostram um fluxo de capital forte e consistente, além de maior apetite por risco no ETH em comparação ao Bitcoin, sinalizando um momento favorável para o ativo em 2025.

Tether compra participação majoritária em mineradora de ouro para reforçar lastro de stablecoins

Tether (USDT) logo displayed over stacks of golden coins, symbolizing the strength of the dollar-backed stablecoin in the crypto market.

Fonte: CryptoSlate

A Tether, emissora da stablecoin USDT, anunciou a compra de 31,9% da Elemental Altus Royalties, uma empresa canadense do setor de mineração de ouro.

O valor da aquisição foi de C$ 121,5 milhões (cerca de R$ 494 milhões), consolidando a Tether como acionista majoritária da companhia.

Com as ações já detidas anteriormente, a Tether agora possui 33,7% de participação total.

Além disso, firmou um acordo de opção de compra para adquirir mais 13,9% após 29 de outubro de 2025. Se exercer a opção, a participação pode subir para 47,7%, ampliando ainda mais o controle estratégico sobre a mineradora.

O investimento está alinhado à estratégia da Tether de diversificar suas reservas com ativos tangíveis, como ouro, para dar mais robustez e confiança aos seus tokens — especialmente o Tether Gold (XAUT), stablecoin lastreada em ouro físico.

Além de já deter mais de 80 toneladas de ouro e mais de 100 mil BTC em reservas, a Tether agora busca uma presença direta no setor de mineração através de um modelo de royalties, que garante fluxo de receita passiva sem o risco operacional direto das minas.

Impactos no mercado cripto e financeiro

A aquisição marca um movimento importante para o setor de stablecoins:

  • Aumenta a segurança e credibilidade das stablecoins emitidas pela Tether, ao ampliar o respaldo em ativos reais.
  • Fortalece o Tether Gold (XAUT) como alternativa estável em momentos de incerteza econômica ou inflação.
  • Atrai investidores institucionais, ao mostrar compromisso com transparência, lastro real e sustentabilidade no longo prazo.
  • Reforça a tendência de integração entre criptoativos e commodities, abrindo espaço para novos tokens lastreados em metais preciosos ou energia.

Novos Impostos sobre Criptomoedas no Brasil: Veja o Que Muda com o Fim da Isenção e a Nova Alíquota de 17,5%

Moeda digital com símbolo do Bitcoin ao lado de uma criptomoeda com a bandeira do Brasil em destaque sobre pedestal iluminado.

Com a Medida Provisória 1.303/2025 e o Decreto 12.499, o governo federal alterou as regras de tributação para investidores de criptomoedas. A partir de julho de 2025, todas as operações com criptoativos passam a seguir um novo modelo de cobrança de Imposto de Renda.

Confira os principais pontos e entenda como isso impacta quem investe em Bitcoin, Ethereum, stablecoins e outras criptos.

1. Fim da isenção de R$ 35 mil por mês

Como era antes: Ganhos com vendas mensais de até R$ 35 mil em criptomoedas eram isentos de Imposto de Renda.

Como fica agora: Qualquer venda de cripto com lucro passa a ser tributada, mesmo que o valor total fique abaixo dos R$ 35 mil. A isenção mensal foi eliminada.

2. Alíquota única de 17,5% para todos os lucros

Como era antes: A alíquota do IR variava de 15% a 22,5%, dependendo do valor do lucro.

Como fica agora: Todos os ganhos com criptoativos passam a ser taxados com uma alíquota fixa de 17,5%, independentemente do valor.

3. Regras iguais para operações no Brasil e no exterior

As mesmas regras se aplicam tanto para lucros obtidos em exchanges brasileiras quanto estrangeiras. As operações internacionais passam a seguir a mesma alíquota de 17,5%.

4. Rendimento passivo será tributado com IR na fonte

As exchanges brasileiras agora são obrigadas a reter automaticamente 17,5% de IR sobre rendimentos gerados por:

  • Staking
  • Empréstimos de cripto (lending)
  • Renda passiva em geral (como yield farming)

Esses rendimentos passam a ser tratados como juros e terão desconto automático no momento do recebimento.

5. Pagamento trimestral com DARF obrigatório

  • O recolhimento do imposto será trimestral.
  • O contribuinte deve emitir o DARF até o último dia útil do mês seguinte ao encerramento do trimestre.
  • Prejuízos com cripto só podem ser compensados com lucros futuros em criptoativos, dentro de um prazo de até 5 anos.

6. Security tokens seguirão regra do ativo representado

Tokens que representam ativos reais (como consórcios, imóveis ou precatórios) serão tributados conforme a natureza do ativo subjacente. Isso vale para qualquer token que funcione como representação de um bem físico ou financeiro.

Outros pontos importantes

  • O Decreto 12.499 abre margem para tributação futura de stablecoins via IOF, mas ainda falta regulamentação específica.
  • Exchanges estrangeiras que não fazem retenção de IR na fonte podem se tornar mais atrativas para alguns investidores.
  • Quem realiza operações regulares com cripto precisará organizar documentação para controle fiscal e envio dos DARFs.

Brasil Pode Criar Reserva Nacional de Bitcoin

Ilustração do Cristo Redentor no Rio de Janeiro cercado por redes de blockchain e símbolos de Bitcoin, representando a crescente adoção de criptomoedas no Brasil.

Fonte: Cointelegraph

O Projeto de Lei PL 4501/2023, que propõe a criação de uma reserva estratégica nacional de Bitcoin (RESBit), avançou na Câmara dos Deputados com parecer favorável da Comissão de Desenvolvimento Econômico. 

De autoria do deputado Eros Biondini (PL-MG), o texto autoriza o governo a alocar até 5% das reservas internacionais do Brasil em BTC.

O Que É a RESBit?

A RESBit (Reserva Estratégica Soberana de Bitcoin) é uma proposta para que o Brasil crie uma reserva financeira em Bitcoin, seguindo os seguintes parâmetros:

  • Até 5% das reservas internacionais convertidas em BTC.
  • Compras realizadas de forma gradual, transparente e segura.
  • Custódia feita exclusivamente em carteiras frias (cold wallets).
  • Gestão compartilhada entre o Banco Central e o Ministério da Fazenda.

O projeto determina medidas rigorosas de controle:

  • Relatórios semestrais obrigatórios enviados ao Congresso Nacional.
  • Auditoria contínua pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
  • Utilização de blockchain e inteligência artificial para monitoramento e segurança cibernética da reserva.

Fomento à Inovação e Educação em Blockchain

O PL 4501/2023 não trata apenas de reservas. Ele também propõe:

  • Programas de capacitação para servidores públicos em blockchain.
  • Apoio direto a startups de criptomoedas e fintechs Web3.
  • Investimento em infraestrutura digital para acelerar a adoção de tecnologias descentralizadas no setor público.

Quais Seriam os Impactos da RESBit?

1. Diversificação das Reservas Internacionais

A medida reduziria a dependência do Brasil em relação ao dólar americano, criando uma alternativa de reserva digital com escassez programada.

2. Posicionamento Estratégico no Mercado Global

Adotar o Bitcoin como reserva oficial pode projetar o Brasil como um país inovador e alinhado com a transformação digital da economia mundial.

3. Impulso à Inovação Nacional

O projeto estimula o desenvolvimento de soluções blockchain e cria um ambiente institucional mais favorável à Web3 no setor público.

 

O avanço do PL 4501/2023 marca um momento inédito para o setor cripto no Brasil. Com a possível criação da RESBit, o país pode se tornar um dos primeiros a formalizar o Bitcoin como parte de suas reservas internacionais

A proposta busca combinar diversificação econômica, inovação tecnológica e governança responsável.