Atualização do Mercado Cripto: 17 de outubro de 2025

Um profissional observa gráficos de criptomoedas em uma tela digital, ao lado do título 'Atualização do mercado de criptomoedas' da Klever.

As tensões entre Estados Unidos e China voltaram a estremecer o mercado cripto em outubro de 2025. O anúncio de tarifas de 100% de Donald Trump sobre exportações tecnológicas chinesas derrubou bolsas, fortaleceu o dólar e provocou uma das maiores liquidações da história do mercado cripto.

Além disso, EUA aprenderam US$ 14 bilhões em Bitcoin e Nova York criava o primeiro Escritório de Blockchain do país.

Enquanto o EUA se estremece, o Brasil deflagra a Operação Lusocoin, desmantelando uma rede que lavava bilhões em criptoativos. Para completar o cenário, um novo vírus que rouba criptomoedas via WhatsApp acendeu o alerta sobre segurança digital.

Esses eventos mostram como a política, a regulação e a tecnologia seguem entrelaçadas — e como o mercado cripto permanece altamente sensível a decisões econômicas e geopolíticas.

Tensões EUA–China: tarifas de 100% de Trump derrubam o mercado cripto em outubro de 2025

Mapa de calor do mercado cripto mostrando queda geral em outubro de 2025, com Bitcoin a US$107 mil e demais altcoins em baixa

Fonte: coin360

No dia 10 de outubro de 2025, o presidente Donald Trump anunciou um pacote de tarifas de 100% sobre exportações tecnológicas da China, acompanhado de novos controles sobre softwares críticos.

A decisão foi apresentada como resposta às restrições chinesas na exportação de minerais raros, insumos essenciais para semicondutores e equipamentos eletrônicos.

A medida abalou os mercados globais e provocou uma onda de liquidações em massa nas criptomoedas. Segundo a Reuters, o Bitcoin despencou cerca de 8,4 %, atingindo US$ 104.782, enquanto o Ethereum caiu quase 6 % no mesmo dia.

Em poucas horas, mais de US$ 19 bilhões em posições alavancadas foram liquidadas em corretoras, intensificando o movimento de queda.

Por que o anúncio de Trump derrubou as criptomoedas

1. Medo nos mercados globais

As tarifas foram vistas como uma escalada drástica na guerra comercial EUA–China, reacendendo temores de recessão global e de ruptura nas cadeias de fornecimento de tecnologia.
Isso fez investidores buscarem ativos mais seguros, vendendo criptomoedas e ações de tecnologia.

2. Efeito cascata nas exchanges

O mercado cripto opera com alta alavancagem.
Quando o preço do Bitcoin caiu rapidamente, posições derivativas (futuros e perpétuos) foram automaticamente liquidadas, gerando uma reação em cadeia que ampliou as perdas.

3. Dólar forte e aversão ao risco

A tensão geopolítica fortaleceu o dólar americano (DXY), reduzindo o apetite por ativos alternativos como Bitcoin e altcoins.

O cenário ficou ainda mais incerto após o governo chinês anunciar possíveis tarifas retaliatórias, elevando o nível de incerteza global.

O discurso de Trump e o impacto político

Segundo a Reuters e The Guardian, Trump justificou as tarifas como uma “proteção da indústria americana de tecnologia” e uma resposta “necessária” ao comportamento da China no comércio internacional.

No entanto, dias depois, o ex-presidente reconheceu que tarifas de 100 % “não são sustentáveis a longo prazo”, indicando abertura para renegociar com Xi Jinping nas próximas semanas.

Mesmo com a tentativa de moderação, o dano já estava feito: a confiança do investidor global despencou, e o mercado cripto — sensível a choques macroeconômicos — reagiu com forte volatilidade.

Mercado cripto sofre liquidações massivas e registra perdas recordes em outubro de 2025

Gráfico mostra queda de capitalização do mercado cripto para US$ 3,59 trilhões em outubro de 2025, segundo CoinMarketCap

Fonte: coinmarketcap

O mercado de criptomoedas enfrentou uma das maiores ondas de liquidações de 2025, com bilhões de dólares evaporando em poucas horas.

 O gatilho principal foi o anúncio de tarifas de 100 % dos EUA sobre exportações tecnológicas da China, feito por Donald Trump em 10 de outubro — uma decisão que sacudiu bolsas, commodities e ativos digitais.

A escalada comercial entre as duas potências aumentou a aversão global ao risco, levando traders a encerrar posições alavancadas e provocando quedas em efeito dominó nas principais criptomoedas.

Recorde de liquidações: mais de US$ 19 bilhões em um dia

Segundo o Economic Times, o mercado cripto registrou mais de US$ 19 bilhões em liquidações de contratos futuros e posições alavancadas — um dos maiores valores da história recente.

Em apenas 24 horas, US$ 1 bilhão em posições longas (de alta) foram encerradas automaticamente.

O Bitcoin e o Ethereum responderam por quase US$ 730 milhões dessas liquidações, com US$ 453 milhões e US$ 277 milhões, respectivamente.

Durante o pico da pressão vendedora, o Bitcoin despencou 8,4 %, atingindo US$ 104.782, enquanto altcoins como Solana, XRP e Cardano recuaram até 17 %.

O Gulf News reportou ainda US$ 147 milhões adicionais em liquidações quando o BTC rompeu o suporte dos US$ 108 mil.

Efeitos sobre Bitcoin, altcoins e ETFs

Bitcoin e Ethereum

  • BTC caiu de US$ 122 mil para US$ 104 mil em três dias.
  • ETH perdeu o suporte de US$ 3.800, recuando mais de 9 %.
  • A dominância do Bitcoin aumentou temporariamente, já que traders buscaram estabilidade relativa.

Altcoins

  • Solana (SOL) e Cardano (ADA) caíram entre 15 % e 20 %.
  • Tokens de DeFi e layer-2 também sofreram liquidações intensas em pools de derivativos.

ETFs e mercado institucional

Os ETFs de Bitcoin e Ethereum nos EUA registraram saídas líquidas expressivas, especialmente nos fundos da Fidelity e da ARK 21Shares, refletindo o sentimento de cautela institucional.

Consequências e lições do colapso

  • Volatilidade ampliada: as taxas de financiamento e o prêmio de opções dispararam.
  • Queda de liquidez: corretoras reduziram limite de alavancagem e aumentaram margens.
  • Aversão ao risco: traders migraram para stablecoins (USDT, USDC) e reduziram exposição.
  • Impacto em mineradoras: empresas como Bitfarms e Hive Blockchain tiveram quedas acentuadas após anunciar dívidas e emissões de notas conversíveis.
  • Revisão de estratégias: investidores priorizam agora operações spot e derivativos com hedge.

O que esperar daqui para frente

  1. Recuperação gradual: com menor alavancagem, o mercado tende a estabilizar.
  2. Foco no Fed e nos dados econômicos: decisões sobre juros e inflação nos EUA seguem como principais vetores de preço.
  3. Atenção ao volume: retornos sustentáveis dependem de retomada de liquidez e de confiança institucional.
  4. Oportunidades de recompra: analistas veem zonas de suporte entre US$ 100 k e US$ 107 k como pontos de entrada de longo prazo.

Índice de Medo e Ganância Cripto cai para níveis de abril enquanto o mercado perde US$ 230 bi em um dia

Índice de Medo e Ganância do mercado cripto cai para 28 pontos em outubro de 2025, indicando sentimento de medo entre investidores

Fonte: coinmarketcap

O Crypto Fear & Greed Index despencou para 28 pontos, indicando “medo” — o menor nível desde abril de 2025. Segundo a CoinMarketCap, o valor total de mercado das criptomoedas caiu de US$ 3,78 trilhões para US$ 3,54 trilhões, eliminando mais de US$ 230 bilhões em apenas 24 horas.

Essa queda reflete uma perda generalizada de confiança, com traders reduzindo exposição em meio à incerteza macroeconômica e aos saques de ETFs.

Entre as 100 maiores criptomoedas (excluindo stablecoins), a queda média ficou entre 8% e 9%, configurando uma das correções diárias mais acentuadas desde meados de 2024.

NFTs, memecoins e ETFs também registram queda

A venda generalizada se estendeu para além das principais criptomoedas:

  • Memecoins perderam 33% do valor total de mercado.
  • Tokens líderes como DOGE e PEPE recuaram cerca de 10%.
  • O mercado de NFTs caiu para menos de US$ 5 bilhões, com coleções “blue chip” registrando perdas de dois dígitos.
  • ETFs de Bitcoin à vista tiveram saídas de US$ 536 milhões, enquanto ETFs de Ether registraram US$ 56 milhões em resgates.

Esses dados mostram que até investidores institucionais estão reduzindo sua exposição a ativos digitais em meio à incerteza.

Mercados tradicionais refletem o medo

O Índice de Medo e Ganância Tradicional, que mede o sentimento em ações e títulos, também caiu para 22 pontos, indicando “medo extremo”.

O movimento reflete aversão global ao risco, impulsionada por desaceleração econômica, aumento da tensão de crédito e conflitos geopolíticos entre EUA e China — fatores que frequentemente afetam o setor cripto.

O que isso significa para os investidores

Um índice abaixo de 30 geralmente marca uma fase de sentimento baixista, dominada por venda em pânico e aversão ao risco.
Historicamente, quedas desse tipo antecedem períodos de acumulação, quando investidores de longo prazo voltam a comprar ativos a preços reduzidos.

No entanto, a volatilidade no curto prazo deve continuar, especialmente entre altcoins, memecoins e NFTs, que tendem a ampliar tanto ganhos quanto perdas.

Ouro Dispara e Atinge Recorde Histórico

Ranking mostra o ouro liderando com valor recorde de US$ 30,2 trilhões, seguido por Nvidia, Microsoft, Apple, Google e prata

Fonte: cointelegraph

O ouro encerrou a semana com forte valorização, ultrapassando a marca de US$ 4.300 por onça e registrando a melhor performance semanal desde a crise de 2008.

O metal precioso acumula alta de cerca de 8% no período, impulsionado pela busca por ativos de refúgio, o dólar mais fraco e as expectativas de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed).

Segundo a Reuters, o preço do ouro atingiu US$ 4.379/oz em 17 de outubro, enquanto o SPDR Gold Trust, principal ETF lastreado no metal, registrou entrada recorde de capital, refletindo a forte demanda de investidores institucionais.

O que está por trás da alta do ouro

1. Tensão entre EUA e China

O aumento das tarifas norte-americanas sobre produtos tecnológicos chineses elevou o sentimento de risco global, levando investidores a buscar proteção no ouro.

2. Expectativas de corte de juros pelo Fed

A perspectiva de que o Federal Reserve reduza as taxas de juros nos próximos meses impulsionou o metal.

Com juros mais baixos, o custo de oportunidade de manter ouro cai, tornando-o mais atraente para fundos e investidores.

3. Dólar enfraquecido

O índice do dólar (DXY) recuou durante a semana, favorecendo o ouro — que tende a subir quando o dólar perde força.
Quanto menor o valor do dólar, maior o preço relativo dos metais preciosos cotados na moeda americana.

4. Fluxos institucionais e ETFs

Os fundos de investimento em ouro (ETFs), como o SPDR Gold Trust, registraram entradas significativas, mostrando que o movimento é sustentado não apenas por especulação, mas também por alocação institucional sólida.

5. Demanda física crescente

Mercados asiáticos, especialmente Índia e China, registraram aumento de consumo de ouro físico — tanto por motivos culturais (época festiva) quanto como proteção cambial.

Ouro x Bitcoin: refúgio versus risco

Enquanto o ouro disparou, o mercado cripto enfrentou liquidações massivas, com mais de US$ 19 bilhões em posições encerradas.

Esse contraste reforça o papel do ouro como ativo de proteção em períodos de incerteza, enquanto as criptomoedas, como o Bitcoin, permanecem mais correlacionadas a ativos de risco.

Investidores que buscam diversificação costumam equilibrar exposição entre ouro e cripto, usando o metal como hedge natural contra volatilidade.

EUA apreendem US$ 14 bilhões em Bitcoin — e parte pode ir para reserva estratégica nacional

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ) confirmou a maior apreensão de Bitcoin já registrada: mais de US$ 14,4 bilhões em BTC foram confiscados de Chen Zhi, acusado de comandar um esquema global de fraude e lavagem de dinheiro.

Segundo informações do Portal do Bitcoin, essa operação amplia o total de criptomoedas sob custódia do governo norte-americano para cerca de US$ 22 bilhões em BTC, de acordo com estimativas da Arkham Intelligence.

Bitcoins apreendidos podem integrar a reserva estratégica dos EUA

A notícia reacende o debate sobre a criação de uma reserva estratégica de Bitcoin — uma proposta apoiada por alguns políticos norte-americanos, incluindo o ex-presidente Donald Trump.

A ideia é que parte dos Bitcoins apreendidos em operações criminais seja incorporada às reservas nacionais dos Estados Unidos, funcionando como uma espécie de “ouro digital soberano”.

No entanto, ainda não há decisão oficial sobre o destino dos fundos. Parte do valor pode ser usada para ressarcir vítimas do golpe, conforme determinação judicial.

O que é a reserva estratégica de Bitcoin

A chamada reserva estratégica de Bitcoin seria um estoque estatal de BTC administrado pelo governo, semelhante ao que os países fazem com o ouro ou com títulos do Tesouro americano.

Especialistas acreditam que, se implementada, essa política poderia:

  • Fortalecer o papel dos EUA como líder global em ativos digitais.
  • Oferecer diversificação monetária frente ao dólar e à inflação.
  • Dar legitimidade institucional ao Bitcoin como reserva de valor.

Por outro lado, críticos alertam para os riscos da volatilidade do BTC, da custódia segura e da gestão pública de um ativo descentralizado.

Desafios legais e operacionais

Apesar do impacto da apreensão, o governo dos EUA enfrenta vários entraves jurídicos e logísticos para decidir o que fazer com os Bitcoins:

  • Processos judiciais em andamento: parte dos ativos pode ser destinada às vítimas de Chen Zhi.
  • Risco de volatilidade: oscilações no preço do Bitcoin podem alterar drasticamente o valor das reservas.
  • Segurança e custódia: exige protocolos avançados para armazenamento em “cold wallets” seguras.
  • Transparência e auditoria: é preciso garantir que os fundos sejam rastreáveis e auditáveis, sem risco de desvio.

EUA ampliam presença no mercado cripto global

Com essa apreensão, o governo norte-americano passa a deter um dos maiores volumes de Bitcoin do mundo — superando holdings corporativos como MicroStrategy e Tesla.

O movimento reforça o poder regulatório e estratégico dos Estados Unidos sobre o ecossistema cripto, ao mesmo tempo em que lança um debate:

Deveria o Bitcoin ser tratado como ativo estratégico de Estado, assim como o ouro?

Essa discussão deve se intensificar à medida que a adoção institucional de criptoativos cresce e governos buscam posições de soberania digital.

Nova York cria o primeiro Escritório de Blockchain e Ativos Digitais dos EUA

Prefeito de Nova York cria o Escritório de Ativos Digitais e Tecnologia Blockchain por meio da Ordem Executiva nº 57, em 14 de outubro de 2025

Ordem executiva do prefeito de Nova York, Eric Adams, criando o ‘Escritório de Ativos Digitais e Tecnologia Blockchain’. Fonte: NYC.gov

Em 14 de outubro de 2025, o prefeito Eric Adams assinou a Executive Order 57, instituindo o Office of Digital Assets and Blockchain — o primeiro órgão municipal dos Estados Unidos dedicado exclusivamente à tecnologia blockchain e ativos digitais.

O escritório será subordinado ao Chief Technology Officer (CTO) da cidade, Matthew Fraser, e atuará em conjunto com o Office of Technology and Innovation de Nova York.
O objetivo é consolidar a cidade como referência global em inovação cripto, atraindo empresas, talentos e investimentos do setor.

O executivo Moises Rendon foi nomeado diretor do novo órgão, após atuar como conselheiro de políticas públicas de blockchain na própria prefeitura.
Uma das primeiras medidas será formar uma comissão de especialistas em ativos digitais para apoiar o desenvolvimento de políticas e regulamentações.

Missão e objetivos do Office of Digital Assets and Blockchain

De acordo com a Prefeitura de Nova York e a Cointelegraph, o novo escritório tem como missão:

1. Promover o uso responsável da tecnologia blockchain

Incentivar o uso ético e seguro de criptoativos em serviços públicos e privados, priorizando transparência, inovação e alinhamento regulatório.

2. Atrair talentos e investimentos globais

Posicionar Nova York como um centro competitivo para startups e empresas blockchain, estimulando desenvolvimento econômico e tecnológico no setor de ativos digitais.

3. Conectar governo e indústria cripto

Criar pontes entre o poder público e o ecossistema cripto, facilitando projetos-piloto, parcerias e políticas de inovação colaborativa.

4. Modernizar serviços públicos com blockchain

Integrar soluções descentralizadas em processos municipais — como identidade digital, contratos inteligentes e registro de propriedades — para aumentar eficiência e transparência.

5. Educar e proteger o cidadão

Implementar programas de conscientização sobre fraudes, golpes e boas práticas no uso de ativos digitais.

6. Ampliar a inclusão financeira

Oferecer alternativas seguras de acesso a serviços financeiros digitais para comunidades sem acesso bancário tradicional (unbanked e underbanked).

Desafios e limitações do novo Escritório Blockchain de Nova York

Apesar de ser um marco para o setor, o projeto enfrenta obstáculos importantes no ambiente regulatório do estado:

1. Rigidez da BitLicense

Nova York mantém a BitLicense, considerada uma das regulações mais rígidas dos EUA para empresas cripto.
Segundo CCN e Cointelegraph, o alto custo e a burocracia dessa licença afastam diversas startups do estado.

O novo Office of Digital Assets and Blockchain não pode revogar leis estaduais, mas pode simplificar o diálogo entre governo e mercado, ajudando a reduzir barreiras locais.

2. Limitações políticas e de orçamento

Como órgão municipal, o escritório depende de financiamento e poder de articulação para efetivar suas políticas — e sua influência real ainda será testada.

3. Coordenação entre governos

Para que Nova York se torne um centro global de ativos digitais, será necessário sincronizar políticas com o governo estadual e órgãos federais como SEC e CFTC.

4. Críticas e percepção política

Alguns analistas veem a criação do escritório como uma iniciativa de legado político do prefeito Adams, cujo mandato termina em janeiro de 2026.

5. Concorrência internacional

Nova York disputará espaço com Miami, Londres, Dubai e Singapura, cidades que já oferecem regulações mais flexíveis para empresas de blockchain e Web3.

Impactos esperados para o ecossistema cripto

Se bem executado, o Office of Digital Assets and Blockchain pode transformar Nova York em um laboratório público de inovação Web3. Entre os potenciais efeitos:

  • Empresas cripto terão um canal oficial de diálogo com o governo municipal.
  • Projetos públicos poderão adotar blockchain para rastreabilidade, identidade digital e contratos inteligentes.
  • A cidade pode atrair startups e capital de risco focados em infraestrutura cripto.
  • Um ambiente mais claro e colaborativo pode diminuir atritos regulatórios para empresas menores.
  • Nova York pode fortalecer sua imagem como capital financeira e tecnológica dos EUA, ampliando sua relevância no setor digital.

A criação do Office of Digital Assets and Blockchain representa um marco histórico para a adoção institucional da tecnologia blockchain nos Estados Unidos.

Se conseguir alinhar regulação, inovação e inclusão financeira, Nova York pode se tornar o principal polo cripto das Américas — unindo tradição financeira com a nova economia digital.

Operação Lusocoin: Polícia Federal desmonta rede que lavava R$ 3 bilhões em criptomoedas no Brasil

Em 10 de outubro de 2025, a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Lusocoin, uma das maiores ações contra lavagem de dinheiro com criptomoedas já registradas no Brasil.

A investigação revelou uma organização criminosa que movimentou cerca de R$ 3 bilhões (≈ US$ 540 milhões) por meio de exchanges, carteiras anônimas e empresas de fachada.

De acordo com a TRM Labs, empresa global de blockchain intelligence que auxiliou a PF, o grupo operava com uma estrutura profissionalizada de ocultação de recursos:

  1. Empresas de fachada e offshores criadas para justificar transferências cripto de origem ilícita.
  2. Conversão de valores em stablecoins (USDT) e envio a carteiras no exterior para dificultar rastreamento.
  3. Mistura de fundos legítimos e ilegítimos — técnica de layering para mascarar origem do dinheiro.
  4. Uso de “laranjas digitais”, pessoas físicas usadas para intermediar saques e recompras de cripto.
  5. Transações P2P e exchanges não registradas, fora do sistema KYC e AML exigido pelo Banco Central.

Essas operações permitiram que bilhões de reais circulassem de forma praticamente invisível ao sistema financeiro tradicional.

A PF cumpriu 17 mandados de busca e apreensão e 5 ordens de prisão preventiva em São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
Foram bloqueadas carteiras digitais, contas bancárias e bens de luxo, incluindo veículos e imóveis.

As investigações apontam que o grupo atuava desde 2021, contando com a participação de corretores informais — os chamados “doleiros digitais” — para realizar trocas cripto ↔ reais fora do sistema oficial.

O papel da TRM Labs na investigação

A TRM Labs, empresa que fornece blockchain analytics para órgãos como o FBI e a Europol, foi responsável por mapear o fluxo das transações on-chain.
Com ferramentas forenses avançadas, a empresa identificou carteiras interligadas, padrões circulares de transferências e rotas de fundos ilícitos.

“A Operação Lusocoin demonstra a força da colaboração entre autoridades públicas e tecnologia de compliance blockchain para combater crimes financeiros digitais”, afirmou a TRM Labs no relatório oficial.

Impactos no mercado cripto brasileiro

  • Reforço na fiscalização: o caso pressiona o Banco Central e a CVM a endurecer políticas de KYC e monitoramento on-chain.
  • Atenção das exchanges: corretoras devem adotar soluções de compliance automatizado para evitar uso indevido.
  • Conscientização do investidor: destaca a importância de plataformas registradas e transparência em operações P2P.
  • Cooperação internacional: consolida o Brasil como referência regional em combate à lavagem digital de dinheiro.

O que muda após a Operação Lusocoin

A ação marca um divisor de águas na regulação cripto nacional.
Ela comprova que, embora as transações em blockchain sejam descentralizadas, a tecnologia também permite rastreabilidade precisa quando utilizada por autoridades capacitas.

Com a integração entre Polícia Federal, Receita Federal, Banco Central e empresas de análise blockchain, o Brasil avança para um mercado cripto mais seguro, transparente e regulado.

Sorvepotel (Water Saci): o novo vírus que se espalha pelo WhatsApp e rouba criptomoedas no Brasil

Alerta de golpe no WhatsApp: imagem mostra conversa suspeita com ícone de aviso, destacando riscos de engenharia social e fraudes

Fonte: tecnoblog

O Sorvepotel, também conhecido como Water Saci, é um malware autorreplicante (self-propagating) que usa sessões do WhatsApp Web em computadores Windows para se espalhar automaticamente entre contatos.

A infecção começa com mensagens enviadas por contatos já comprometidos, explorando a confiança entre usuários. Essas mensagens incluem um arquivo ZIP disfarçado como documento legítimo — um “comprovante”, “orçamento” ou outro nome inofensivo — acompanhado de instruções para abri-lo no PC.

Quando o usuário descompacta o arquivo e executa o atalho (.LNK), um script PowerShell é ativado, baixando o payload principal, instalando persistência no sistema e monitorando a atividade da máquina.

Se o WhatsApp Web estiver ativo, o vírus envia automaticamente o mesmo ZIP malicioso para todos os contatos e grupos, propagando-se em segundos.

Segundo a Trend Micro, já foram detectados 477 casos, sendo 457 no Brasil, atingindo instituições governamentais, educacionais, tecnológicas e de construção civil.

Como o Sorvepotel rouba dados e criptomoedas

Mesmo priorizando a propagação, o Sorvepotel possui módulos de espionagem financeira capazes de roubar informações bancárias e cripto:

Monitoramento de sites e navegação

O malware analisa o tráfego do navegador (Chrome, Edge, Firefox) para detectar acessos a bancos ou exchanges cripto.

Assim que identifica um domínio-alvo, injeta páginas falsas (overlays) que simulam o site real, capturando logins, tokens e autenticações.

Keylogging e captura de tela

Além disso, o vírus realiza keylogging, screenshots e coleta de informações do sistema, ampliando o roubo de credenciais e dados sensíveis.

Módulo “Maverick”

Pesquisadores identificaram o módulo Maverick, responsável por vigiar domínios financeiros e manipular a navegação para redirecionar vítimas a sites falsos de wallets ou exchanges.

Alvo principal: o usuário brasileiro

O Sorvepotel verifica configurações regionais (pt-BR) e prioriza vítimas no Brasil, adaptando seus scripts ao idioma e formato local.

Ele usa ainda Selenium + ChromeDriver para controlar o WhatsApp Web e automatizar o envio dos ZIPs infectados.

Principais riscos do vírus Sorvepotel

  • Perda total de controle do computador, com execução silenciosa e backdoors.
  • Roubo de senhas, chaves privadas e credenciais de wallets ou exchanges.
  • Phishing visual: sobreposição de telas falsas para capturar logins bancários.
  • Propagação automática para contatos e grupos (inclusive corporativos).
  • Banimento da conta WhatsApp por envio massivo de mensagens.
  • Risco para empresas: se alguém usar o WhatsApp Web em PCs corporativos, o malware pode se espalhar pela rede.

Como se proteger do vírus no WhatsApp

  1. Nunca abra arquivos ZIP suspeitos enviados por WhatsApp, mesmo que pareçam de contatos conhecidos.
  2. Desative o download automático de mídia e documentos no WhatsApp Web / Desktop.
  3. Use o WhatsApp Web apenas em dispositivos confiáveis — evite computadores públicos.
  4. Evite usar o WhatsApp para comunicações financeiras.
  5. Mantenha antivírus e antimalware atualizados, com proteção para scripts e PowerShell.
  6. Bloqueie execução de arquivos .LNK e scripts desconhecidos no Windows.
  7. Separe uso pessoal e profissional: não misture cripto wallets e mensageiros no mesmo computador.
  8. Confirme com o remetente (por outro canal) antes de abrir qualquer arquivo recebido.
  9. Monitore atividades incomuns, como mensagens automáticas, processos estranhos e tráfego anormal.

O vírus Sorvepotel mostra como cibercriminosos estão unindo engenharia social e automação para atingir usuários brasileiros e roubar criptomoedas.
Por se espalhar por meio de contatos legítimos e usar métodos automáticos de replicação, ele é uma das ameaças mais perigosas de 2025 no país.

A prevenção depende de educação digital, atenção e boas práticas de segurança — principalmente para quem faz transações com Bitcoin, Ethereum ou stablecoins no dia a dia.