
O essa semana surpreendeu o mercado cripto como um todo.
Tradicionalmente marcado por quedas, o período apresentou um desempenho positivo que contrariou expectativas históricas.
O Bitcoin acumulou ganhos de cerca de 8%, o Ethereum alcançou seu topo mensal, e até moedas mais voláteis, como a Dogecoin, dispararam.
Esse movimento foi impulsionado pelo corte de juros do Federal Reserve, pela crescente entrada de capital institucional via ETFs e pela resiliência das criptos em um cenário de inflação persistente.
A recuperação generalizada abriu espaço para projeções otimistas no último trimestre do ano, reforçando o papel dos ativos digitais como parte relevante do sistema financeiro global.
Neste artigo, vamos analisar os sinais do mercado, os riscos envolvidos e as oportunidades para o último trimestre do ano.
Bitcoin acumula alta de 8% em setembro de 2025

Fonte: Coinmarketcap
O Bitcoin (BTC) apresentou um desempenho fora do comum em setembro de 2025.
Tradicionalmente, setembro é considerado um dos piores meses para a criptomoeda, com quedas registradas quase todos os anos desde 2012.
Essa tendência negativa costuma estar ligada à realização de lucros por parte de investidores internacionais e a ajustes de portfólio feitos por grandes fundos.
Em 2025, no entanto, a trajetória foi diferente. Até a metade do mês, o preço do Bitcoin acumulava cerca de 8% de valorização, chegando a quase $118.000, após meses de forte volatilidade e colocando este setembro entre os melhores já registrados em mais de uma década.
A valorização acontece em meio ao corte de juros pelo Federal Reserve, medida que ampliou a liquidez no mercado e favoreceu ativos de risco, incluindo as criptomoedas.
Outro ponto de destaque foi a demanda institucional crescente. Fundos de investimento e empresas tradicionais têm aumentado sua exposição ao BTC, fortalecendo a visão do ativo como ferramenta de diversificação e proteção contra a inflação.
Esse movimento ajudou a sustentar o preço acima dos US$ 110.000, contrariando expectativas de queda.
A narrativa do Bitcoin como reserva de valor também ganhou força, especialmente em um cenário global marcado por inflação persistente.
Analistas agora avaliam que, se essa tendência se mantiver, o mercado pode presenciar um novo rally no quarto trimestre de 2025, período historicamente positivo para a criptomoeda.
Com esse resultado, setembro de 2025 entra para a história como um mês que desafia padrões, reforçando a resiliência do Bitcoin e seu papel cada vez mais central no mercado financeiro global.
Dogecoin Dispara 16% Enquanto Bitcoin e Ethereum Alcançam Topo Mensal

Fonte: Coinmarketcap
A Dogecoin (DOGE) registrou uma valorização expressiva de 16% em apenas 24 horas, sendo negociada acima de US$ 0,29. O salto ocorre em meio a um cenário de otimismo no mercado cripto, impulsionado por fatores macroeconômicos e pela expectativa de novos produtos financeiros ligados à moeda meme.
Bitcoin e Ethereum atingem máximas do mês
O Bitcoin (BTC) e o Ethereum (ETH) também apresentaram forte recuperação, alcançando seus maiores preços em setembro de 2025. A movimentação foi impulsionada por entradas líquidas em ETFs de Bitcoin à vista nos EUA, o que mostra maior confiança institucional.
Outras altcoins seguem o movimento
Além da Dogecoin, outras criptomoedas também tiveram alta:
- BNB atingiu quase US$ 941, sua nova máxima histórica.
- Solana (SOL) alcançou o maior preço desde janeiro de 2025.
Esses avanços reforçam um movimento de alta mais amplo no mercado de altcoins.
Fatores que impulsionam a alta das criptomoedas
Alguns elementos explicam o rally do mercado:
- Expectativa de corte de juros nos EUA: com a inflação em desaceleração, cresce a chance de o Federal Reserve (Fed) reduzir taxas de juros, favorecendo ativos de risco como cripto.
- Entradas em ETFs de Bitcoin: investidores estão aumentando a exposição via fundos regulamentados, sinal de confiança no BTC.
- Dogecoin e ETFs suspensos: havia expectativa em torno de um ETF de Dogecoin da Rex-Osprey, mas as negociações foram suspensas temporariamente, o que não impediu o salto de preço.
O que significa para investidores em cripto
A disparada da Dogecoin e o topo mensal de BTC e ETH reforçam três pontos importantes:
- Mercado sensível à política monetária dos EUA – cortes de juros tendem a aumentar a liquidez e favorecer ativos digitais.
- Força dos ETFs – a entrada de capital institucional cria sustentação para movimentos de alta.
- Efeito arraste em altcoins – quando Bitcoin e Ethereum sobem, moedas como Dogecoin, Solana e BNB costumam acompanhar o movimento.
Bitcoin Cai Para US$ 115 Mil Após Corte de Juros do Fed
O Federal Reserve (Fed) anunciou em 17 de setembro de 2025 a redução da taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, levando-a para o intervalo de 4,00% a 4,25%. Essa foi a primeira redução do ano e trouxe impacto imediato no mercado de criptomoedas.
O Bitcoin (BTC) inicialmente manteve-se em torno de US$ 116.000, mas após o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, o preço perdeu força e caiu para cerca de US$ 115.059, representando uma queda de aproximadamente 1,4% nas últimas 24 horas.
Bitcoin permanece sensível à política monetária
Mesmo com a expectativa de que cortes de juros possam favorecer ativos de risco, o discurso de Powell foi interpretado como cauteloso. Ele afirmou que a redução atual não significa o início de um ciclo contínuo de cortes, mas sim uma medida preventiva de gestão de risco.
Essa postura reforça que o preço do Bitcoin segue altamente influenciado pela política monetária dos EUA, já que a liquidez global e o apetite ao risco estão diretamente ligados às decisões do Fed.
Projeções do Fed para 2025
As expectativas entre os membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) estão divididas:
- 9 membros projetam mais dois cortes de juros até o fim de 2025.
- 2 membros esperam apenas um corte adicional.
- 6 membros acreditam que não haverá novos cortes este ano.
Essa incerteza aumenta a volatilidade nos mercados, especialmente em ativos como o Bitcoin e o Ethereum (ETH), que costumam reagir fortemente à política monetária.
Impactos para investidores em criptomoedas
- O corte de juros reduz o custo de oportunidade de manter ativos não remunerados, como o BTC, o que em tese deveria atrair mais investidores.
- No entanto, a falta de clareza sobre os próximos passos do Fed gera cautela e realização de lucros imediata.
- A queda de cerca de US$ 1.000 após o anúncio mostra que expectativas e tom do discurso importam tanto quanto a decisão em si.
MiCA sob pressão: desafios da regulação cripto na União Europeia em 2025
O MiCA (Markets in Crypto-Assets Regulation) foi criado pela União Europeia para padronizar as regras do mercado de criptomoedas em todo o bloco.
A proposta é oferecer um ambiente regulatório único, trazendo mais segurança jurídica para empresas e proteção aos investidores, além de permitir o chamado passporting — mecanismo que possibilita que uma licença obtida em um país europeu seja válida em todos os demais Estados-membros.
Na prática, porém, a implementação do MiCA em 2025 enfrenta obstáculos significativos. Reguladores nacionais têm apontado lacunas legais e divergências de interpretação que comprometem a aplicação uniforme das regras.
Em vez de criar um mercado integrado, há risco de surgirem barreiras adicionais, levando a um “patchwork regulatório” em que cada país mantém exigências próprias.
Essa fragmentação preocupa empresas de criptoativos, especialmente corretoras e startups que viam no passporting europeu uma oportunidade de expandir operações de forma simples e eficiente.
Caso a promessa de unificação não se concretize, o mercado cripto europeu pode perder competitividade em relação a regiões como Estados Unidos e Ásia, que avançam em seus próprios modelos regulatórios.
Além da pressão dos reguladores nacionais, o próprio setor cobra clareza e rapidez.
O atraso na aplicação uniforme do MiCA aumenta a incerteza para investidores institucionais, que aguardam regras sólidas para ampliar sua presença no mercado de criptoativos da União Europeia.
Assim, em vez de ser um marco de integração, a regulação corre o risco de se transformar em mais um fator de complexidade para o ecossistema cripto europeu em 2025.
Strategy compra R$ 318 milhões em Bitcoin e reforça adoção institucional no Brasil
A empresa Strategy realizou em setembro de 2025 a compra de R$ 318 milhões em Bitcoin (BTC), uma das maiores aquisições do mês no Brasil.
O movimento demonstra a crescente confiança institucional no potencial do BTC como reserva de valor e como instrumento de diversificação de portfólio diante de um cenário econômico global incerto.
Com esse aporte, a Strategy se posiciona entre as companhias brasileiras com maior exposição a criptoativos, reforçando a tendência de adoção institucional do Bitcoin no país.
Google lança sistema de pagamentos com stablecoins integradas à inteligência artificial

Fonte: eGamers.io
O Google anunciou em 16 de setembro de 2025 o lançamento de um novo protocolo de pagamentos que integra stablecoins em automações de inteligência artificial (IA). A iniciativa promete revolucionar o mercado de pagamentos digitais ao permitir que agentes de IA realizem transações usando ativos como USDT e USDC, além de métodos tradicionais como cartões de crédito e débito.
O protocolo, de código aberto, foi desenvolvido em parceria com grandes players do setor, incluindo Coinbase, Salesforce, American Express, Etsy e até a Fundação Ethereum, garantindo compatibilidade com o ecossistema financeiro tradicional e com soluções baseadas em blockchain. A meta é criar uma infraestrutura de pagamentos mais ágil, segura e preparada para o futuro da Web3.
Na prática, o sistema possibilita que agentes de IA executem pagamentos autônomos em rotinas digitais, como compras online, cadeias de suprimentos e serviços automatizados. Para garantir segurança, o protocolo conta com camadas de consentimento do usuário, auditoria e rastreabilidade, reduzindo riscos de uso indevido.
Segundo James Tromans, chefe de Web3 da Google Cloud, o projeto foi desenhado desde o início para suportar stablecoins, que agora se consolidam como a ponte entre o mercado cripto e o sistema financeiro tradicional. A adoção desse modelo pode impulsionar novos casos de uso no Brasil, especialmente em setores já avançados em digitalização, como PIX, fintechs e carteiras digitais.
Apesar do potencial, a novidade traz desafios. A integração de stablecoins em IA levanta questões regulatórias sobre compliance, segurança e privacidade, além de riscos técnicos ligados à execução autônoma de transações. Ainda assim, especialistas avaliam que essa iniciativa coloca o Google na vanguarda dos pagamentos digitais globais, acelerando a adoção de cripto em escala.
Novo Vírus ModStealer Rouba Carteiras de Criptomoedas em Navegadores
O ModStealer é um malware recém-descoberto pela empresa de segurança Mosyle, capaz de esvaziar carteiras de criptomoedas instaladas como extensões de navegador. Diferente de vírus comuns, ele consegue escapar da detecção por muitos antivírus e funciona em múltiplos sistemas operacionais, incluindo Windows, macOS e Linux.
Como o vírus infecta computadores
O malware é distribuído principalmente por anúncios falsos de recrutamento para desenvolvedores. Esse público costuma ter ambientes de programação como Node.js instalados, facilitando a execução do código malicioso. Assim que o usuário baixa o falso material de trabalho, o ModStealer se infiltra no sistema.
O que o ModStealer rouba
O vírus é projetado para capturar informações altamente sensíveis, como:
- Dados de carteiras de criptomoedas em extensões de navegador.
- Credenciais de login de sistemas e plataformas.
- Certificados digitais usados para autenticação.
- Chaves privadas, seed phrases e APIs ligadas a exchanges.
Essas informações são enviadas a servidores remotos controlados pelos hackers, permitindo que os criminosos assumam total controle dos ativos digitais da vítima.
Técnicas de persistência e disfarce
O ModStealer foi desenvolvido para se manter ativo mesmo após reinicializações do sistema:
- No macOS, ele se instala como “programa auxiliar” em segundo plano.
- Cria arquivos ocultos, como o “.sysupdater.dat”, sinal de possível infecção.
- Utiliza técnicas de ofuscação de código e métodos de persistência, dificultando a detecção por antivírus tradicionais.
Riscos para investidores em criptomoedas
As consequências da infecção são graves:
- Perda imediata de fundos por acesso direto às carteiras.
- Exposição de frases de recuperação e chaves privadas, que garantem controle total sobre criptoativos.
- Risco de ataques em larga escala caso várias carteiras sejam comprometidas ao mesmo tempo.
Como se proteger do ModStealer
Para evitar a infecção e proteger seus ativos digitais, é recomendado:
- Evitar baixar arquivos de fontes desconhecidas ou anúncios suspeitos.
- Usar carteiras de criptomoedas seguras e preferencialmente carteiras de hardware.
- Manter o sistema operacional e softwares de segurança atualizados.
- Monitorar atividades incomuns, como conexões de rede suspeitas ou arquivos ocultos no computador.
No Brasil, onde o PIX já revolucionou a digitalização financeira, a chegada de soluções com stablecoins tende a ampliar os casos de uso prático de criptomoedas, fortalecendo o setor de fintechs e Web3 no país.
DREX 2025: entenda o futuro do Real Digital no Brasil
O DREX, nome oficial do Real Digital emitido pelo Banco Central do Brasil, passou por transformações importantes ao longo de 2025.
Em agosto de 2025, foi confirmado que o BC abandonaria o modelo baseado em blockchain e tokenização, citando desafios de escalabilidade, privacidade e segurança que inviabilizavam a tecnologia para uso em larga escala.
Essa decisão marcou uma mudança de rumo em relação ao projeto inicial, que previa maior aproximação com soluções de infraestrutura descentralizada.
Poucas semanas depois, em setembro de 2025, o Banco Central anunciou o adiamento do lançamento oficial do DREX para 2026.
O cronograma, que antes apontava para 2025, foi revisto após testes técnicos e análises internas. Além da nova data, o BC também confirmou que a primeira versão do Real Digital será mais restrita, com funcionalidades limitadas.
O foco inicial será o uso institucional, em operações do sistema financeiro nacional, como a reconciliação de garantias de crédito e liquidação de contratos, em vez de uso direto pelo cidadão comum.
A mudança de estratégia foi motivada por preocupações relacionadas a riscos regulatórios, compliance e privacidade dos usuários.
Segundo especialistas, o BC optou por iniciar com uma versão mais “nos bastidores”, fortalecendo a infraestrutura financeira antes de disponibilizar o DREX amplamente para pessoas físicas.
Com isso, as últimas notícias do DREX indicam que o Brasil deve estrear sua CBDC em 2026, mas em um formato mais controlado, com foco em aplicações institucionais e integração com sistemas já existentes, como o PIX.
Ainda assim, o projeto continua sendo considerado um dos mais ambiciosos do mundo na área de moedas digitais emitidas por bancos centrais, e poderá evoluir em fases futuras para alcançar usuários finais.
Ministério Público do Rio cria núcleo para combater crimes com criptomoedas
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) anunciou no dia 19 de setembro de 2025 a criação de um núcleo especializado no combate a crimes com criptomoedas.
A iniciativa busca enfrentar o avanço de fraudes financeiras, pirâmides, estelionatos e lavagem de dinheiro com Bitcoin e outros ativos digitais, que vêm crescendo no Brasil nos últimos anos.
O novo núcleo terá como missão centralizar investigações, capacitar promotores e reforçar a cooperação com órgãos como a Polícia Civil, a Polícia Federal e o Coaf.
O objetivo é ampliar a capacidade de rastrear transações em blockchain, identificar movimentações suspeitas e dar respostas mais rápidas aos crimes digitais.
De acordo com especialistas ouvidos pelo Portal do Bitcoin, a medida é um passo essencial para fortalecer o combate a ilícitos envolvendo ativos digitais.
Golpes travestidos de investimentos em cripto e o uso de stablecoins para transferências internacionais vêm exigindo uma resposta mais sofisticada das autoridades brasileiras.
Além da repressão, o núcleo do MPRJ também terá papel preventivo, produzindo relatórios técnicos, apoiando o Judiciário em casos complexos e ajudando na criação de jurisprudência para crimes com criptomoedas.
Para investidores e empresas legítimas do setor, a iniciativa é positiva, pois ajuda a separar negócios sérios de esquemas fraudulentos, trazendo mais segurança e credibilidade ao mercado cripto no Brasil.