Atualização do Mercado Cripto: 21 de novembro de 2025

Um profissional observa gráficos de criptomoedas em uma tela digital, ao lado do título 'Atualização do mercado de criptomoedas' da Klever.

Quando trilhões desapareceram das bolsas dos Estados Unidos em poucas horas, o impacto não demorou a chegar ao mercado cripto. 

Foi exatamente o que ocorreu nesta semana: o medo se espalhou rapidamente, a liquidez ficou mais apertada e o sentimento caiu para a zona de “extremo”. 

Com investidores globais reavaliando risco, Bitcoin, Ethereum e outros ativos foram puxados para uma correção intensa — não por fatores internos do setor, mas por uma onda macroeconômica que mexeu com carteiras no mundo inteiro.

Para entender o cenário completo, é fundamental observar o que provocou o choque nos mercados tradicionais, por que isso se espalhou de forma tão forte para os ativos digitais e quais indicadores agora orientam os próximos passos de traders e instituições.

A seguir, uma análise das forças que impulsionaram esse movimento — e do que elas revelam sobre o momento atual do mercado cripto.

“Medo Extremo” Domina o Mercado Cripto Após Queda Bilionária nas Ações dos EUA: Entenda o Impacto

A imagem mostra o gráfico do Crypto Fear & Greed Index do CoinMarketCap, com o indicador marcando valor 11, dentro da zona de Extreme Fear (medo extremo).

Fonte: CoinMarketCap

O mercado cripto entrou em estado de medo extremo depois que as bolsas dos Estados Unidos registraram perdas bilionárias.

A aversão ao risco atingiu todos os setores, e o impacto chegou rapidamente às principais criptomoedas, derrubando o valor total do mercado para pouco acima de US$ 3 trilhões.

A seguir, entenda o que aconteceu, por que isso afeta Bitcoin, Ethereum e outras criptos, e quais indicadores acompanhar daqui para frente.

Por que o “medo extremo” tomou conta do mercado

A queda generalizada não começou na cripto. Ela foi desencadeada por um choque no mercado tradicional.

1. Queda de quase 4% no S&P 500

As bolsas dos EUA registraram fortes quedas, refletindo preocupações com desaceleração econômica e redução de liquidez.

2. Aumento nos spreads de crédito

Os spreads ficaram mais largos — um sinal clássico de que o mercado está precificando mais risco e possível dificuldade financeira para empresas.
Quando isso acontece, capitais migram para posições mais defensivas.

3. Pressão sobre ativos de risco

Com o aumento da incerteza, investidores reduziram exposição em:

  • Bitcoin
  • altcoins
  • ações de tecnologia
  • mercados emergentes

A aversão ao risco se espalhou rapidamente.

Como isso impactou o mercado de criptomoedas

1. Desvalorização generalizada

Criptomoedas perderam cerca de 7% no dia, acompanhando a queda das bolsas.

2. Realocação de capital

Investidores buscaram proteção em ativos menos voláteis, aumentando a saída de capital das exchanges.

3. Aumento da volatilidade

Movimentos bruscos surgiram após a liquidação de posições alavancadas e do fechamento de operações de curto prazo.

4. Mercado operando próximo ao “pânico”

Índices de sentimento apontaram para medo extremo, indicando forte retração de apetite por risco.

O que esse movimento revela sobre o setor cripto

Cripto segue sensível ao mercado tradicional

Mesmo com fundamentos sólidos em várias blockchains, o setor ainda responde fortemente ao comportamento das bolsas globais.

Liquidez global continua sendo determinante

Quedas nas ações e aumento do risco de crédito costumam reduzir a liquidez, o que influencia direta e rapidamente o mercado cripto.

Correções podem ocorrer mesmo sem notícias negativas específicas

A movimentação reforça que a macroeconomia é um dos maiores motores de preço do setor.

Bitcoin Cai Abaixo de US$ 90 Mil Pela Primeira Vez em Sete Meses: O Que Explica a Queda e o Que Esperar

Gráfico do Bitcoin em queda no último mês, mostrando preço caindo para cerca de US$ 88,8 mil e forte retração no mercado

Fonte: coinmarketcap

O Bitcoin recuou para menos de US$ 90 mil pela primeira vez em sete meses, marcando uma das correções mais fortes desde o pico de outubro, quando chegou a cerca de US$ 126 mil.
A queda chamou atenção do mercado e reforçou a mudança no sentimento dos investidores, que passaram de euforia para cautela em questão de semanas.

Por que o Bitcoin caiu abaixo de US$ 90 mil

A movimentação é resultado de um conjunto de fatores que pressionaram o mercado global. Entre os principais:

1. Incertezas sobre política monetária dos EUA

Operadores passaram a esperar menos cortes de juros do Federal Reserve.
Quando o cenário aponta para juros mais altos por mais tempo, o apetite por risco diminui — afetando diretamente o mercado de criptoativos.

2. Aumento da aversão ao risco

A correção não aconteceu apenas no Bitcoin.
Outros ativos sensíveis a ciclos econômicos também sofreram pressão, o que indica um movimento macro mais amplo.

3. Liquidações no mercado de derivativos

Com a queda rápida, posições alavancadas foram liquidadas em massa, ampliando ainda mais o movimento de baixa.
Essas liquidações aceleram o recuo e criam picos de volatilidade.

4. Realização de lucros após o topo histórico

Após semanas de forte valorização, investidores institucionalizados e varejo passaram a realizar lucros, pressionando o preço.

Impacto no mercado

A queda para abaixo de US$ 90 mil trouxe efeitos imediatos:

  • aumento da cautela entre traders
  • redução do fluxo de capital para altcoins
  • fortalecimento temporário da dominância do BTC
  • questionamentos sobre a continuidade do ciclo de alta

Apesar da correção, o patamar de preço ainda é elevado quando comparado aos ciclos anteriores do Bitcoin, o que mantém o ativo no radar de grandes investidores.

O que esperar daqui para frente

A movimentação abre espaço para três cenários possíveis:

Correção prolongada

Caso o mercado continue receoso com juros, o preço pode buscar regiões mais baixas antes de retomar força.

Fase de consolidação

O Bitcoin pode passar semanas lateralizando entre zonas de suporte e resistência.

Retomada após estabilização macroeconômica

Se houver melhora no ambiente global, o BTC pode voltar a testar níveis de alta anteriores.

No curto prazo, o sentimento permanece dividido, e analistas observam fatores como fluxo institucional, liquidez e comportamento dos derivativos.

Bitcoin Cai 10% e Toca US$ 82 Mil: Liquidações Chegam a US$ 2 Bi e Mercado Entra em Alerta

O Bitcoin registrou uma queda intensa de 10%, tocou a região de US$ 82 mil e desencadeou um dos maiores dias de liquidações do ano.

O volume liquidado em posições de derivativos ultrapassou US$ 2 bilhões, refletindo um movimento agressivo de redução de risco.

A queda não foi causada por um único fator, mas por uma combinação que afetou todos os mercados de risco:

  • Aumento da aversão ao risco no mercado global

Investidores reagiram a perdas bilionárias nas bolsas dos EUA, o que reduziu a liquidez disponível para cripto.

2. Pressão macroeconômica

Com menor chance de cortes de juros, o mercado se voltou para ativos defensivos e se afastou de posições alavancadas.

3. Rompimento de suportes importantes

Quando o BTC perdeu regiões críticas, sistemas de alavancagem começaram a liquidar posições automaticamente, acelerando o movimento.

4. Liquidações em cascata

O efeito dominó nos derivativos ajudou a empurrar o preço ainda mais para baixo.
Foram mais de US$ 2 bilhões liquidados em poucas horas.

O que esse movimento revela sobre o mercado

O comportamento mostra que eventos fora do setor continuam ditando o ritmo do mercado, especialmente em períodos de incerteza.

Mesmo com adoção crescente e entrada institucional, o Bitcoin segue com volatilidade intensa em dias de estresse.

A queda de 10% reflete o efeito combinado de:

  • stop-loss ativados
  • liquidações alavancadas
  • saída de capital de curto prazo

Impacto para investidores e para o mercado cripto

1. Revisão de suportes e níveis chave

Analistas agora monitoram se o BTC vai segurar regiões próximas ou continuar em queda.

2. Aumento do medo no mercado

O sentimento se aproxima de níveis de “medo extremo”, o que reduz o apetite por altcoins e eleva a procura por stablecoins.

3. Pressão em altcoins

A maioria dos tokens registrou quedas ainda maiores que o BTC, refletindo fuga de risco generalizada.

4. ETFs de Bitcoin também sentiram o impacto

Produtos institucionais registraram saídas relevantes, ampliando o movimento de baixa.

O que observar nas próximas horas e dias

  • dados de inflação nos EUA
  • fluxo nos ETFs de Bitcoin
  • liquidez no mercado de derivativos
  • comportamento de grandes carteiras
  • reação do BTC nos níveis de suporte

Esses elementos devem definir se o movimento marca apenas uma correção profunda ou o início de uma fase mais defensiva.

Bitcoin Alcança 95% da Oferta Total Minerada: Por Que Esse Marco Importa e o Que Muda Para o Mercado

Gráfico da oferta de Bitcoin mostrando evolução minerada e queda do estoque restante até 2025, destacando a escassez do BTC

Fonte: Bitcoin circulating supply. Image: Bitbo.

O Bitcoin atingiu um marco histórico: 95% de todo o fornecimento já foi minerado, segundo dados divulgados pelo Portal do Bitcoin. Isso significa que cerca de 19,95 milhões de BTC já foram emitidos, restando pouco mais de 1 milhão até atingir o limite máximo programado de 21 milhões.

Esse número acende discussões sobre escassez, oferta futura, mineração e impacto no preço — temas que atraem muito tráfego orgânico e interesse do público.

O que significa atingir 95% dos BTC minerados

O Bitcoin é um ativo com limite fixo de emissão. Diferente de moedas tradicionais, sua oferta é programada por código.
Atingir 95% indica que:

  • A maior parte da oferta total já está em circulação.
  • A emissão restante será cada vez mais lenta por causa dos halvings.
  • O ritmo de criação de novos BTC diminui progressivamente.

Atualmente, a recompensa por bloco é de 3,125 BTC, resultado do halving de abril de 2024. O próximo halving (aproximadamente em 2028) deve reduzir a recompensa para 1,5625 BTC.

Por que esse marco importa para quem investe

1. Escassez cada vez mais evidente

Menos BTC sendo criados significa menor pressão de oferta no longo prazo.
Isso reforça narrativas de reserva de valor e pode impactar a análise de preço.

2. O fluxo de novos BTC diminuindo

A emissão dos últimos 5% pode levar mais de cem anos — estimativas apontam para conclusão por volta de 2140.
Ou seja: a maior parte do Bitcoin que existirá já está disponível hoje.

3. Mudança no modelo econômico da mineração

Com recompensas menores, mineradores dependem mais de taxas de transação.
Isso influencia:

  • sustentabilidade das operações
  • segurança da rede
  • fluxo de BTC ofertado por mineradores

4. Atenção redobrada ao comportamento dos holders

Um ponto relevante: grande parte dos BTC minerados está em carteiras inativas ou perdidas.
Isso reduz a oferta real circulante, aumentando a pressão de escassez.

Impacto no mercado e no sentimento dos investidores

O marco de 95% não garante alta imediata, mas:

  • aumenta o interesse institucional
  • reforça a narrativa de limite fixo
  • desperta atenção para o próximo halving
  • coloca em pauta a economia de longo prazo do Bitcoin

Para investidores, isso pode influenciar estratégias de:

  • acumulação
  • análise de ciclos
  • estimativa de valorização futura
  • gestão de risco

O que esperar daqui para frente

Com apenas 5% restantes:

  • A emissão se torna cada vez mais lenta.
  • Halvings ganham mais relevância.
  • A taxa de novos BTC entrando no mercado cai continuamente.
  • A competição entre mineradores deve aumentar.

E como o ritmo de mineração desacelera, a discussão sobre taxas, escalabilidade e sustentabilidade econômica da rede se torna ainda mais importante.

Quase US$ 3 bilhões deixaram os ETFs de Bitcoin em novembro

Dados publicados em 19 de novembro revelaram que os ETFs de Bitcoin à vista nos EUA encerravam o mês acumulando aproximadamente US$ 3 bilhões em saídas líquidas.

O número chama atenção porque esses fundos foram, desde o início de 2024, um dos principais canais de entrada de capital institucional no mercado cripto.

A reversão desse fluxo traz efeitos imediatos:

  • Menor demanda institucional, reduzindo o volume comprador
  • Suporte mais fraco nos principais níveis de preço, facilitando correções
  • Maior exposição a quedas rápidas, já que a liquidez diminui

Essas saídas reforçam a mudança no sentimento dos grandes investidores e ajudam a explicar a pressão de venda vista no mercado no período.

ETF de Bitcoin da BlackRock Tem Saída Recorde de US$ 532 Milhões em Um Único Dia: O Que Isso Revela Sobre o Mercado

O principal ETF de Bitcoin da BlackRock — o iShares Bitcoin Trust (IBIT) — registrou sua maior saída diária desde o lançamento.

Foram retirados aproximadamente US$ 532 milhões em um único dia, marcando o pior resultado da história do produto e contribuindo para a pressão de baixa que já atingia o preço do BTC.

O movimento acontece em um momento de forte correção no mercado, com o Bitcoin voltando para a faixa abaixo de US$ 90 mil.

Por que o ETF da BlackRock teve uma saída tão grande

A retirada massiva está ligada a uma combinação de fatores:

1. Mudança no sentimento dos investidores

Com a queda recente do Bitcoin, muitos participantes reduziram exposição e realizaram lucros.
Investidores institucionais tendem a ajustar portfólios rapidamente quando percebem risco elevado.

2. Pressão macroeconômica

Expectativas sobre juros mais altos nos EUA aumentaram a cautela no mercado.
Em ambientes assim, produtos de risco sofrem mais e ETFs de cripto costumam registrar saídas maiores.

3. Liquidações no mercado de derivativos

A correção desencadeou liquidações que reforçaram o movimento de baixa.
Com isso, investidores optaram por diminuir participação via ETFs.

4. Possível rebalanceamento de grandes players

Instituições podem ter ajustado posições devido a mudanças em metas de alocação ou ciclos trimestrais de portfólio.

Impacto imediato no mercado de Bitcoin

A saída recorde amplia a pressão de venda de curto prazo, afetando:

  • preço do BTC
  • fluxo de novos investidores
  • dominância do Bitcoin sobre altcoins
  • liquidez de mercado
  • confiança nos produtos institucionais

Embora o ETF da BlackRock permaneça um dos maiores e mais líquidos do mercado, a queda forte expõe o quanto o setor ainda é sensível a mudanças rápidas de humor dos investidores.

O que isso significa para investidores e analistas

1. O fluxo institucional continua sendo fator decisivo

Movimentos de entrada e saída de ETFs têm impacto direto no preço do BTC.
Em ciclos de correção, o dinheiro institucional tende a sair mais rápido — e pode voltar com a mesma velocidade quando o cenário melhora.

2. Correção não invalida tendências de longo prazo

Mesmo com a saída recorde, o IBIT ainda acumula grande volume histórico de entradas desde 2024.
É comum que fundos passem por períodos de ajuste.

3. Monitorar fluxos se torna fundamental

Dados diários de ETFs são indicadores importantes para quem acompanha o comportamento do mercado.

O que observar nas próximas semanas

  • possíveis novas saídas ou retomada de entradas no IBIT
  • comportamento do preço próximo aos principais suportes
  • reação dos demais ETFs de Bitcoin
  • impacto da política monetária nos fluxos de risco
  • movimentação de mineradores e baleias

Esses elementos ajudam a entender se o movimento atual é apenas parte da correção ou o início de uma fase mais prolongada de retração.

Ether perde força, enquanto Solana e XRP se destacam

Ícones de XRP, Solana e Ethereum em destaque diante de um cenário tecnológico, representando movimento do mercado cripto

Fonte: InvestX

Os dados de fluxo mostraram que, além do Bitcoin, os ETFs de Ether (ETH) registraram cerca de US$ 74 milhões em saídas, sinalizando um enfraquecimento do interesse institucional pelos maiores ativos do mercado.

Em contraste, dois tokens chamaram atenção pelo movimento inverso:

  • Solana (SOL) recebeu mais de US$ 26 milhões em entradas
  • XRP também apresentou captação líquida positiva

Esse padrão mostra que, mesmo em períodos de cautela, parte dos investidores institucionais redireciona capital para alternativas com atividade on-chain mais robusta, melhor desempenho relativo e narrativas fortes de crescimento — fatores que mantiveram Solana e XRP em destaque durante a semana.

Novas Regras da Receita Federal para Reporte de Criptomoedas: O Que Muda e Como Isso Afeta Usuários e Exchanges

A Receita Federal publicou a Instrução Normativa RFB nº 2.291 e inaugurou um novo sistema de reporte chamado Declaração de Criptoativos (DeCripto). A norma substitui a IN 1888/2019 e amplia de forma significativa as obrigações para empresas do setor e para investidores que movimentam criptoativos no Brasil ou no exterior.

O objetivo central é alinhar o país ao padrão internacional da OCDE, elevar o nível de transparência e fechar brechas usadas para evasão fiscal e delitos financeiros. Mas o impacto é direto: mais dados exigidos, mais empresas abrangidas e mais operações que precisam ser declaradas.

O que muda com a nova regra da Receita Federal

A nova regulamentação moderniza o modelo de reporte e amplia o escopo de quem é obrigado a enviar informações à Receita. Entre os principais pontos:

1. Criação da Declaração de Criptoativos (DeCripto)

A IN 2.291 cria um sistema próprio para envio de dados sobre todas as operações com ativos digitais. Ele passa a substituir de forma gradual a IN 1888/2019.

2. Ampliação das empresas obrigadas a reportar

A norma inclui no escopo:

  • Exchanges com sede no Brasil
  • Empresas estrangeiras que ofereçam serviços ao público brasileiro
  • Plataformas que direcionam marketing ou mantêm site acessível a brasileiros
  • Protocolos que firmam parceria comercial com empresas do país

Isso significa que exchanges globais, custodians e plataformas DeFi com atuação ativa no Brasil podem ser obrigadas a enviar dados regularmente.

3. Mais tipos de operações passam a ser declaradas

O envio de informações agora inclui:

  • Compra e venda
  • Permutas entre criptoativos
  • Airdrops
  • Mineração e staking
  • Empréstimos e empréstimos colateralizados
  • Pagamentos de bens e serviços
  • Transferências para carteiras sem custódia
  • Operações P2P
  • Movimentações em plataformas internacionais

A definição ficou mais ampla e cobre praticamente qualquer movimentação que tenha impacto patrimonial.

4. Novo limite para usuários: R$ 35 mil mensais

Pessoas físicas e jurídicas devem enviar relatório mensal quando suas operações somam mais de R$ 35.000 no mês (antes o limite era R$ 30 mil).
Isso inclui movimentações em:

  • Exchanges internacionais
  • Carteiras DeFi
  • Dexes
  • P2P
  • Transações diretas entre usuários

5. Aumento do nível de detalhamento exigido

A Receita agora exige informações mais minuciosas:

  • Tipo de operação
  • Data e horário
  • Identificação da contraparte
  • Quantidade com precisão decimal
  • Valor convertido em reais
  • Taxas cobradas
  • Plataforma utilizada
  • Endereço de carteira, quando aplicável

Cronograma de vigência

O calendário é dividido em etapas para facilitar adaptação de empresas e usuários.

Entram em vigor imediatamente

Disposições gerais da IN e início da estrutura da DeCripto.

A partir de 1º de janeiro de 2026

Entra em vigor o reporte anual agregado, alinhado ao padrão CARF da OCDE.

A partir de 1º de julho de 2026

  • Envio mensal por operação
  • Nova obrigatoriedade de plataformas estrangeiras
  • Revogação completa da IN 1888/2019

Quem é impactado e o que esperar

Plataformas e exchanges

  • Maior responsabilidade regulatória
  • Necessidade de adequação ao padrão internacional
  • Obrigações equivalentes às de instituições financeiras
  • Custo mais alto de compliance
  • Pressão sobre empresas estrangeiras que operam no país

Usuários e investidores

  • Necessidade de manter registros organizados
  • Maior visibilidade das movimentações pela Receita
  • Regras mais claras para ganhos, perdas e custo de aquisição
  • Menos margem para operações informais ou fora de exchanges reguladas

Mercado cripto como um todo

  • Adoção de padrões internacionais aumenta credibilidade
  • Crescimento do monitoramento estatal sobre a atividade
  • Benefício para empresas estruturadas
  • Maior complexidade para projetos pequenos ou descentralizados

Por que essas regras importam

A Receita Federal busca alinhar o Brasil ao Crypto-Asset Reporting Framework (CARF), adotado pela OCDE.
Isso fortalece:

  • Combate à lavagem de dinheiro
  • Monitoramento de operações internacionais
  • Rastreabilidade de carteiras
  • Convergência com o Banco Central na regulação do setor

O Brasil é um dos países onde o volume de cripto mais cresce. Em 2025, o mercado movimentou mais de R$ 227 bilhões no primeiro semestre, com stablecoins representando a maior fatia. A nova regra surge para acompanhar esse ritmo.

Regras do Banco Central para Stablecoins: por que o mercado está dividido sobre a possível cobrança de IOF

O Banco Central do Brasil atualizou, em novembro de 2025, as normas que enquadram operações com stablecoins no mercado de câmbio. A mudança trouxe mais segurança regulatória, mas também abriu espaço para um debate intenso: essas transações vão pagar IOF?

A resposta ainda não é definitiva — e é justamente isso que está gerando dúvidas entre empresas, investidores e especialistas.

O que mudou: stablecoins passam a integrar o mercado de câmbio

A Resolução BCB nº 521 classificou operações com “ativos virtuais referenciados em moeda fiduciária” — como USDT, USDC e BRL-pegged tokens — dentro do ecossistema cambial brasileiro.

Isso inclui:

  • Compra e venda de stablecoins
  • Transferências internacionais usando cripto
  • Uso de stablecoins para pagamentos no exterior
  • Trocas entre ativos quando envolvem movimentação transfronteiriça

As novas regras entram plenamente em vigor em 2 de fevereiro de 2026.

Essa reclassificação cria um ambiente mais regulado para transações digitais, mas também levanta a dúvida central: se a operação vira câmbio, ela passa a gerar IOF?

Por que o mercado está dividido sobre o IOF

O artigo ressalta que a discussão não é técnica apenas — ela é interpretativa. A lei do IOF fala em “entrega de moeda nacional, estrangeira ou documento que a represente”.
A dúvida é: uma stablecoin se encaixa nessa definição?

Visão 1 — “Não deve haver IOF”

Especialistas do setor veem stablecoins como bens digitais, não como moeda estrangeira.
Segundo Vanessa Butalla, diretora jurídica do Mercado Bitcoin, a Receita Federal já trata cripto como bem. Assim, classificá-las como câmbio para fins de IOF não faria sentido nesse momento.
A expectativa desse grupo é de que a cobrança não aconteça.

Visão 2 — “O enquadramento permite a cobrança”

Advogados tributaristas argumentam que, ao usar stablecoin para enviar dinheiro ao exterior ou pagar uma obrigação lá fora, existe uma operação funcionalmente equivalente ao câmbio.
Nesse cenário, o IOF poderia sim ser aplicado, dependendo da interpretação da Receita Federal.

Ainda não há definição oficial

O Banco Central não determinou IOF.
A Resolução apenas coloca stablecoins dentro do mercado cambial.
Quem define tributação é a Receita Federal, e até agora não existe norma cobrando IOF sobre esse tipo de operação.

Impactos para usuários, empresas e o mercado cripto

A nova regra traz efeitos diferentes para cada público.

Para usuários

  • Possibilidade futura de IOF em operações internacionais
  • Processos mais transparentes e rastreáveis
  • Custos podem subir dependendo da interpretação tributária

Para exchanges e plataformas (PSAVs)

  • Mais obrigações de compliance
  • Exigência de segregação de ativos
  • Relatórios detalhados para o BC
  • Adequação até fevereiro de 2026

Para o ecossistema cripto

  • Aumento de segurança regulatória
  • Maior integração com o sistema financeiro
  • Debate sobre custos e burocracia para startups
  • Crescente atenção do governo sobre remessas em stablecoin

Segundo dados de 2025, o Brasil movimentou R$ 227,4 bilhões em cripto no primeiro semestre, e stablecoins representaram cerca de 67% desse volume — dados que reforçam por que o tema IOF está no centro da discussão.

O que esperar daqui para frente

Há três possíveis cenários:

  1. Nenhum IOF é aplicado
    Stablecoins continuam tratadas como bens, e o BC apenas regula o ambiente sem impacto tributário imediato.
  2. IOF apenas para remessas internacionais com stablecoins
    Cenário intermediário — tributação só quando a operação substitui o câmbio tradicional.
  3. IOF amplo em qualquer operação caracterizada como “câmbio”
    O mais improvável no momento, mas tecnicamente possível dependendo da interpretação da Receita.

Até agora, o governo está em fase de avaliação e diálogo com o setor.