
O mercado cripto fechou agosto de 2025 com fortes oscilações e recordes de liquidações.
O Bitcoin (BTC) caiu abaixo de US$ 108.000 após desencadear mais de US$ 530 milhões em vendas forçadas, mesmo com instituições como o Ming Shing Group injetando quase meio bilhão de dólares no ativo.
O Ethereum (ETH) disparou para uma nova máxima anual de US$ 4.885 antes de recuar, enquanto Solana (SOL), Morpho (MORPHO) e memecoins aumentaram ainda mais a volatilidade.
Ao mesmo tempo, o lançamento de novas stablecoins e a decisão dos EUA de publicar o PIB em blockchains sinalizaram uma mudança mais profunda na adoção global das criptomoedas.
Aqui está um resumo das maiores movimentações da semana e o que elas significam para os investidores daqui para frente.
Altas marcantes e volatilidade no mercado
Bitcoin (BTC) oscila e registra liquidações de US$ 229 milhões em 26 de agosto de 2025
O Bitcoin (BTC) apresentou forte volatilidade em 26 de agosto de 2025, recuando para US$ 112.800 antes de se recuperar rapidamente para a faixa de US$ 113.000. Esse movimento foi acompanhado por liquidações expressivas de posições vendidas (shorts), que somaram aproximadamente US$ 229 milhões, evidenciando a pressão sobre traders que apostavam na queda do ativo.
Além das liquidações, o BTC foi impulsionado por entradas institucionais relevantes:
- A DDC Enterprise adquiriu cerca de 100 BTC, equivalentes a US$ 11,36 milhões.
- O conglomerado Ming Shing, de Hong Kong, anunciou planos de investir aproximadamente US$ 483 milhões em Bitcoin, reforçando a visão de longo prazo sobre o ativo.
Esses movimentos mostram que, apesar das flutuações de curto prazo, o Bitcoin continua atraindo capital corporativo e internacional, consolidando seu papel como principal reserva de valor digital.
Ethereum (ETH) dispara 15% e atinge novo recorde
O Ethereum (ETH) foi o grande destaque do mercado cripto em 27 de agosto de 2025. A criptomoeda valorizou quase 15%, alcançando um novo recorde histórico em 2025 ao bater cerca de US$ 4.885, antes de se estabilizar entre US$ 4.300 e US$ 4.800.
Esse rali expressivo foi motivado por três fatores principais:
- Entrada institucional massiva: mais de 4,1 milhões de ETH, equivalentes a US$ 17,6 bilhões, foram adquiridos por tesourarias institucionais.
- Projeções do JPMorgan: o banco destacou o impacto positivo esperado dos ETFs de staking de Ethereum, apontando maior liquidez e legitimidade para o ativo.
- Avanços regulatórios: maior clareza nas regras fortaleceu a confiança dos investidores institucionais e do varejo.
Como resultado, o par ETH/BTC atingiu o seu nível mais alto de 2025, reforçando a dominância temporária do Ethereum sobre o Bitcoin e reacendendo debates sobre sua valorização futura.
Altcoins e meme coins registram fortes oscilações entre 25 e 28 de agosto de 2025
Entre os dias 25 e 28 de agosto de 2025, o mercado de altcoins e meme coins apresentou movimentos expressivos:
XRP (Ripple)
Em 25 de agosto de 2025, o XRP subiu entre 3% e 7%, chegando próximo a US$ 3. O rali foi impulsionado por declarações dovish do Federal Reserve (Fed), que sinalizaram possível flexibilização monetária nos EUA. O token ainda registrou crescimento de liquidação on-chain superior a 500%, segundo dados do Blog MevX e da AdvFN Brasil, reforçando a atenção institucional no ativo.
Solana (SOL)
No dia 28 de agosto de 2025, a Solana (SOL) registrou alta de 4,6%, superando o desempenho de Bitcoin (BTC), que avançou 1,8%, e do Ethereum (ETH), que teve apenas 0,1% de valorização.
O preço da Solana subiu de US$ 195 para mais de US$ 212, consolidando-se como a principal altcoin em recuperação no mercado cripto.
A alta da Solana acontece em meio a uma recuperação geral de ativos de risco:
- O S&P 500 subiu 0,69% e a Nasdaq avançou 0,4%.
- Enquanto Bitcoin e Ethereum mostraram ganhos limitados, investidores voltaram atenção para altcoins com maior potencial de curto prazo.
- Por ter liquidez menor que o Ethereum, a Solana reage mais rapidamente a fluxos de capital, o que intensifica movimentos de valorização.
Morpho (MORPHO)
O protocolo Morpho (MORPHO) foi destaque em 28 de agosto de 2025, com uma disparada de 22%, alcançando US$ 1,98. O crescimento foi associado à intensificação do uso do protocolo em estratégias DeFi, fortalecendo sua liquidez.
Meme Coins: volatilidade extrema
O segmento de meme coins foi particularmente intenso durante a semana:
- YZY (Kanye West) chegou a US$ 3,14 bilhões em valor de mercado em 27 de agosto, mas despencou entre 70% e 75% no dia seguinte, gerando perdas estimadas em US$ 50 milhões.
- TROLL disparou 800% a 900% em 26 de agosto.
- HODLess teve valorização de 128% no mesmo período.
- BITTY saltou 500% até 28 de agosto, enquanto tokens como JESU, TITANIUM, LIGT e lesgo também registraram altas expressivas em market cap.
Bitcoin (BTC) cai abaixo de US$ 108 mil

Fonte: Coinmarketcap
No dia 28 de agosto de 2025, o Bitcoin (BTC) caiu para aproximadamente US$ 108.000, marcando o menor preço desde 8 de julho.
O movimento foi impulsionado pela abertura do mercado de ações em Wall Street e intensificado por vendas massivas de baleias em corretoras como a Binance.
Liquidações em massa ultrapassam US$ 530 milhões
De acordo com dados da CoinGlass, as liquidações totais do mercado cripto atingiram quase US$ 540 milhões em apenas 24 horas.
Grande parte dessas liquidações veio de posições alavancadas em Bitcoin, pressionando ainda mais o preço.
Análise técnica do BTC
Apesar da forte queda, analistas identificaram sinais técnicos de alívio:
- RSI (Índice de Força Relativa): apresentou divergência de alta de curto prazo, sugerindo possibilidade de reversão.
- Suporte crítico: a faixa de US$ 108.000 serviu como defesa inicial.
- Resistência decisiva: para evitar uma correção mais profunda, o Bitcoin precisa fechar a semana acima de US$ 114.000.
Impacto no mercado cripto
- A queda do BTC impactou outras criptomoedas de grande capitalização, que também sofreram perdas.
- O sentimento de risco aumentou, mas investidores de longo prazo veem a correção como oportunidade de entrada estratégica.
- ETFs de Bitcoin e entradas institucionais permanecem como variáveis-chave para recuperação de preço nas próximas semanas.
Ethereum recua após máxima histórica

Fonte: coinmarketcap
No dia 29 de agosto de 2025, o Ethereum (ETH) caiu para menos de US$ 4.400, cerca de 11% abaixo da máxima histórica de US$ 4.946, registrada em 24 de agosto.
Apesar da correção, o ETH ainda acumula valorização de 16,6% no último mês e 73,2% nos últimos três meses, mantendo forte desempenho no ano.
Principais fatores por trás da queda do Ethereum
1. Saques massivos de staking
Mais de 1 milhão de ETH estão na fila de retirada do staking de Ethereum, criando atrasos recordes nas transações e aumentando a pressão de venda. Esse movimento de saída preocupa investidores no curto prazo.
Liquidação no mercado cripto
A correção foi agravada pela venda de US$ 2,7 bilhões em Bitcoin por uma baleia, que desencadeou liquidações forçadas e volatilidade generalizada, impactando diretamente o ETH.
3. Instituições continuam comprando ETH
Apesar da queda, 11 instituições já detêm mais de 3 milhões de ETH (≈ US$ 13 bilhões).
Destaque para a SharpLink Gaming, que adquiriu 55.463 ETH (US$ 252 milhões) a preço médio de US$ 4.462, elevando suas reservas para 797.704 ETH.
4. Perspectivas otimistas do mercado
O Standard Chartered avaliou a correção como um “ponto de entrada estratégico” e projeta que o Ethereum pode chegar a US$ 7.500 até o fim de 2025.
No app de previsões Myriad (DASTAN), quase 80% dos traders apostam que o ETH atingirá US$ 5.000 ainda este ano.
Stablecoins em destaque: novos lançamentos e avanços regulatórios
MetaMask lança stablecoin mUSD
No dia 26 de agosto de 2025, a MetaMask apresentou ao mercado a sua stablecoin mUSD, totalmente lastreada 1:1 em dólar americano.
O ativo será integrado diretamente às redes Ethereum e Linea, ampliando a liquidez em protocolos DeFi. O diferencial está no apoio da Mastercard, que abre portas para maior usabilidade global em pagamentos digitais.
Coinbase anuncia stablecoin USD1 com fornecimento de US$ 2,4 bi
Em 27 de agosto de 2025, a Coinbase adicionou ao seu roadmap a stablecoin USD1, com um fornecimento inicial estimado em US$ 2,4 bilhões.
O projeto busca competir com gigantes do setor como Tether (USDT) e USD Coin (USDC), oferecendo forte integração com Coinbase Wallet e Base Network, aumentando a adoção dentro de seu ecossistema.
China avalia stablecoins privadas lastreadas em yuan
Em 28 de agosto de 2025, notícias indicaram que a China estuda permitir stablecoins privadas lastreadas em yuan, além do já existente e-CNY (yuan digital oficial).
A medida poderia fortalecer a influência chinesa em pagamentos digitais internacionais e oferecer alternativa frente ao domínio do dólar.
Europa acelera desenvolvimento do euro digital
Também em 28 de agosto de 2025, autoridades europeias reafirmaram o avanço do euro digital, que terá como base tecnológica as redes Ethereum e Solana.
A proposta busca reduzir custos em transações transfronteiriças, aumentar a transparência e consolidar a soberania digital da União Europeia.
CFTC lança “Crypto Sprint Initiative” nos EUA
Ainda no 28 de agosto de 2025, a CFTC (Commodity Futures Trading Commission) anunciou a “Crypto Sprint Initiative”, um programa para acelerar o desenvolvimento de regras regulatórias para criptoativos.
O foco inicial está em stablecoins e produtos derivados, trazendo mais clareza para investidores institucionais.
Hyperliquid domina 80% do mercado de contratos perpétuos, mas expansão levanta questionamentos

Entre os dias 25 e 27 de agosto de 2025, a Hyperliquid, uma exchange descentralizada (DEX) focada em contratos perpétuos de criptomoedas, alcançou um feito impressionante: passou a dominar aproximadamente 80% do market share desse segmento.
Esse avanço colocou a Hyperliquid à frente de players tradicionais como dYdX e GMX, consolidando-a como a principal plataforma de derivativos descentralizados. A conquista é atribuída a fatores como:
- Liquidez profunda e spreads competitivos, atraindo traders institucionais e de varejo.
- Interface amigável, que facilita a transição de traders acostumados a CEXs (exchanges centralizadas).
- Crescimento acelerado da base de usuários, impulsionado por campanhas de incentivo em staking e recompensas de volume.
No entanto, analistas — incluindo os citados pelo Economic Times — levantam dúvidas sobre a sustentabilidade dessa expansão tão rápida. Os principais pontos de atenção são:
- Dependência de incentivos: parte significativa da liquidez pode estar ligada a programas de recompensas temporários.
- Risco de concentração: dominar 80% de um mercado descentralizado pode gerar fragilidade caso haja falhas técnicas ou perda de confiança.
- Pressão regulatória: derivativos cripto estão sob maior escrutínio em mercados como EUA e União Europeia, o que pode afetar exchanges descentralizadas.
Assim, apesar da liderança conquistada em tempo recorde, a Hyperliquid ainda precisa provar que consegue manter participação de mercado de forma sustentável, equilibrando inovação, liquidez orgânica e governança.
Solana Seeker: o novo celular cripto mais barato e equilibrado da Solana

O Solana Seeker, lançado em 25 de agosto de 2025, chega ao mercado como um celular cripto acessível, custando US$ 500 — metade do preço inicial do Solana Saga (2023).
Com desconto de pré-venda de US$ 50, a proposta é oferecer um smartphone equilibrado, menos premium, mas com recursos cripto nativos relevantes.
Recursos cripto integrados
- Seed Vault: cofre físico para chaves privadas, com autenticação por impressão digital.
- ID de carteira (.skr): identidade cripto amigável para transferências.
- dApp Store Solana: loja exclusiva para aplicativos Web3 e DeFi — ainda limitada em variedade.
Esses diferenciais colocam o Seeker como um dos primeiros smartphones com autocustódia nativa.
Potencial e riscos
O Seeker reduz barreiras de entrada para entusiastas cripto, mas seu sucesso depende da evolução do ecossistema:
- Mais aplicativos relevantes na dApp Store.
- Novos airdrops e incentivos para usuários.
- Maior adoção fora do nicho cripto.
Sem esses fatores, corre o risco de repetir a baixa tração inicial do Saga.
Golpe da memecoin “CR7”: token falso de Cristiano Ronaldo gera prejuízo de R$ 770 milhões em minutos
Em 25 de agosto de 2025, surgiram rumores de que Cristiano Ronaldo lançaria uma memecoin própria. Sem qualquer anúncio oficial, influenciadores de cripto espalharam o suposto contrato do token CR7 na rede Solana, levando investidores a acreditar que se tratava de um projeto legítimo.
O token falso atingiu rapidamente US$ 143 milhões em valor de mercado (cerca de R$ 770 milhões) em apenas seis minutos. Logo depois, ocorreu um colapso de 98% em nove minutos, caracterizando um clássico esquema de pump-and-dump.
Um exemplo dramático: um investidor comprou cerca de US$ 9.827 em tokens CR7, que passaram a valer apenas US$ 1 minutos depois.
Quem estava por trás do golpe?
Segundo a análise da Bubblemaps, o golpe foi orquestrado por um grupo de influenciadores, que criaram hype em torno do token, manipularam o mercado e rapidamente retiraram os fundos. A estratégia foi semelhante à usada em outras memecoins de celebridades, como a YZY (Kanye West).
O jogador português não tem nenhuma ligação com o token falso CR7. Sua única atuação no setor foi a parceria com a Binance, iniciada em 2022, com o lançamento de coleções de NFTs oficiais.
Lições para investidores
O caso reforça a necessidade de cautela em investimentos em memecoins, principalmente aquelas associadas a celebridades sem confirmação oficial. Rumores virais podem resultar em grandes perdas financeiras em questão de minutos.
EUA começam a publicar PIB e dados econômicos na blockchain
Em 26 de agosto de 2025, o Departamento de Comércio dos EUA confirmou que passará a publicar dados econômicos, como o PIB, diretamente na blockchain.
O projeto foi apresentado pelo Secretário de Comércio Howard Lutnick, em reunião de gabinete com o presidente Donald Trump, como parte da estratégia de consolidar os EUA como “capital da blockchain”.
Quais blockchains estão sendo usadas?
- Bitcoin
- Ethereum
- Solana
- TRON
- Stellar
- Avalanche
- Arbitrum One
- Polygon PoS
- Optimism
A integração está sendo feita com oráculos da Chainlink e da Pyth Network, com suporte de exchanges como Coinbase, Gemini e Kraken.
Como os dados são registrados na blockchain?
Os números do PIB e outros indicadores são publicados como um hash criptográfico (SHA-256) dos relatórios oficiais em PDF.
Isso garante que o conteúdo seja imutável, verificável e acessível globalmente, aumentando a transparência e a confiança nas informações.
Objetivos do governo dos EUA
- Criar transparência pública para estatísticas econômicas.
- Tornar os dados imutáveis e à prova de manipulação.
- Estimular novos casos de uso no DeFi, como trading automatizado, prediction markets e produtos tokenizados.
Segundo Lutnick, a iniciativa é inicialmente um “proof of concept”, ou seja, uma fase de teste, sem substituir os canais tradicionais de divulgação.
Críticas e pontos de atenção
Apesar do impacto simbólico, especialistas apontam dúvidas sobre a real utilidade prática:
- O uso pode ser mais marketing político do que transformação estrutural.
- Órgãos governamentais ainda dependem de sistemas centralizados.
- O desafio será transformar esses dados em aplicações reais para cidadãos, empresas e mercados financeiros.
Brasil estabelece nova alíquota de 17,5% sobre ganhos de capital em criptomoedas

Em 28 de agosto de 2025, o governo brasileiro anunciou mudanças significativas na política fiscal para o setor de criptomoedas. Até então, operações de pequeno porte em criptoativos eram isentas de imposto de renda sobre ganho de capital, o que beneficiava investidores de varejo.
Com a nova medida, essas isenções foram anuladas, e passou a valer uma tributação fixa de 17,5% sobre qualquer lucro em transações com criptomoedas, independentemente do valor movimentado.
O que muda na prática para os investidores brasileiros?
- Antes: investidores que realizavam vendas de até R$ 35 mil por mês estavam isentos de imposto sobre ganho de capital em cripto.
- Agora: mesmo pequenos investidores que venderem valores abaixo desse limite precisarão pagar 17,5% sobre os lucros obtidos.
Essa alteração aproxima o Brasil de uma tendência global: governos em várias partes do mundo estão reforçando a tributação sobre ativos digitais, tanto para aumentar a arrecadação quanto para conter a informalidade no mercado de criptoativos.
Impacto no mercado cripto
- Pode reduzir o interesse de investidores iniciantes, que antes aproveitavam as isenções.
- Reforça a busca por soluções de autodeclaração e compliance fiscal em cripto.
- Envia um sinal claro de que o Brasil quer alinhar-se a normas internacionais de tributação digital.
Segundo o Cointelegraph, especialistas acreditam que esse movimento abre espaço para outras economias latino-americanas seguirem o mesmo caminho, fortalecendo o padrão de cobrança em toda a região.