O Que São Stablecoins?
Imagine poder usar criptomoedas igual o dinheiro tradicional — gastar, enviar e economizar sem se preocupar com oscilações extremas de preço. É exatamente isso que as stablecoins fazem. Atreladas a ativos do mundo real, como o dólar, elas oferecem a flexibilidade das criptomoedas com a confiabilidade do dinheiro tradicional. Com uma capitalização de mercado que já ultrapassa os US$ 200 bilhões, as stablecoins estão transformando o setor financeiro, mas seu crescimento acelerado também levanta questões sobre regulamentação e segurança.
Vamos explorar mais!
Introdução às Stablecoins
Stablecoin é um tipo de criptomoeda projetada para manter um valor estável, sendo atrelada a um ativo mais estável, como uma moeda governamental (dólar, euro), uma commodity (ouro, prata) ou outros ativos financeiros. Diferente do Bitcoin ou do Ethereum, que podem variar de preço rapidamente, as stablecoins funcionam como dinheiro digital, facilitando pagamentos e transferências, especialmente no setor de finanças descentralizadas (DeFi). Sua estabilidade as torna úteis para DeFi, transferências internacionais e proteção contra a volatilidade do mercado.
Ao manterem o seu valor estável, as stablecoins possibilitam transações mais fluidas, pagamentos internacionais e negociações sem grandes oscilações de preço. Elas também oferecem uma alternativa às moedas tradicionais geridas por bancos centrais.
O mercado de stablecoins cresceu significativamente, ultrapassando US$ 200 bilhões em capitalização de mercado até fevereiro de 2025. Esse crescimento reflete a crescente adoção por indivíduos, empresas e instituições financeiras que buscam os benefícios das moedas digitais sem exposição à volatilidade extrema. No entanto, essa rápida expansão também gera debates sobre regulamentação, segurança e impacto no sistema financeiro tradicional.
Tipos de Stablecoins
As stablecoins podem ser classificadas com base nos mecanismos usados para manter sua estabilidade de preço. Os principais tipos incluem:
Stablecoins Lastreadas em Moeda Fiduciária
Essas stablecoins são suportadas por dinheiro real, como o dólar ou o euro. Para cada stablecoin emitida, um valor equivalente em moeda fiduciária é armazenado em um banco ou instituição financeira segura. Isso garante que o valor da stablecoin permaneça atrelado à moeda correspondente. Exemplos populares incluem Tether (USDT) e USD Coin (USDC).
Esse modelo é simples de entender, pois seu valor é diretamente ligado ao dinheiro real. No entanto, as empresas emissoras dessas stablecoins precisam gerenciar cuidadosamente suas reservas para manter a estabilidade. Normalmente, é mantido o dinheiro em caixa, títulos do governo de curto prazo e outros ativos seguros. Empresas independentes auditam regularmente essas reservas para garantir que correspondam à quantidade de stablecoins em circulação. Parcerias bancárias sólidas também ajudam a processar grandes transações e manter o valor da stablecoin estável.
Stablecoins Lastreadas em Criptomoedas
As stablecoins lastreadas em criptomoedas são garantidas por outros criptoativos, em vez de dinheiro tradicional. Como os preços das criptomoedas são voláteis, essas stablecoins geralmente exigem um excesso de garantia. Por exemplo, para criar US$ 100 em stablecoins, um usuário pode precisar depositar US$ 200 em criptomoedas. Esse excesso de garantia protege contra variações de preço.
Um exemplo conhecido é o DAI, gerenciado pela MakerDAO, que utiliza contratos inteligentes para armazenar e controlar a garantia. Usuários bloqueiam suas criptomoedas nesses contratos para gerar DAI, mantendo o sistema seguro mesmo em períodos de alta volatilidade. Esse método dispensa a necessidade de bancos, mas pode ser mais complexo para iniciantes.
Essas stablecoins utilizam sistemas automatizados para manter seu valor. Se a criptomoeda usada como garantia cair muito de preço, o sistema pode vender parte da garantia para cobrir perdas, garantindo que a stablecoin continue respaldada.
Organizações descentralizadas chamadas DAOs (Organizações Autônomas Descentralizadas) ajudam a administrar essas stablecoins. Detentores de tokens de governança votam em regras como o nível de garantia exigido e ações a serem tomadas em caso de queda de preços. Embora ofereçam maior independência, essas stablecoins exigem uma gestão mais rigorosa.
Stablecoins Algorítmicas
As stablecoins algorítmicas não possuem dinheiro real ou criptomoedas como garantia. Em vez disso, utilizam programas de computador (algoritmos) e contratos inteligentes para ajustar sua oferta e manter o preço estável. Esse sistema funciona de forma semelhante à forma como os bancos centrais gerenciam a oferta monetária.
Se o preço da stablecoin ultrapassa o valor da sua meta, o sistema cria mais moedas para reduzir o preço. Se o preço ficar abaixo da meta, o sistema retira moedas de circulação para aumentar o preço. Embora essa abordagem seja mais descentralizada e eficiente, ela também envolve riscos elevados.
Um exemplo de falha foi a TerraUSD (UST) em 2022, que perdeu completamente seu valor quando os usuários perderam confiança no sistema. Quando a confiança desaparece, essas stablecoins podem colapsar rapidamente.
Como as Stablecoins Algorítmicas Ajustam a Oferta
- Quando a demanda é alta, o sistema cria novas moedas para evitar que o preço suba muito.
- Quando a demanda é baixa, o sistema remove moedas (queimando ou bloqueando) para evitar que o preço caia demais.
No entanto, esses sistemas dependem da confiança dos usuários e do equilíbrio entre oferta e demanda. Se falharem, a stablecoin pode perder sua estabilidade de preço e colapsar.
Benefícios das Stablecoins
As stablecoins oferecem diversas vantagens que faz com que mais pessoas adquiram:
- Estabilidade de Preço – Atreladas a ativos estáveis, são ideais para transações diárias e como reserva de valor.
- Eficiência nas Transações – Transferências rápidas e de baixo custo, nacionais e internacionais, sem as taxas e atrasos dos bancos tradicionais.
- Acessibilidade – Facilitam o acesso a serviços financeiros para populações sem acesso a bancos, permitindo a inclusão digital.
- Automação Financeira – Integradas a contratos inteligentes, permitem transações automáticas em aplicativos descentralizados (dApps).
- Proteção contra Volatilidade – Usadas por traders para evitar oscilações de preço sem precisar converter para moedas fiduciárias.
Casos de Uso Reais das Stablecoins
As stablecoins são amplamente utilizadas para remessas internacionais, especialmente em países que enfrentam alta inflação ou restrições cambiais rigorosas. Na Argentina e na Venezuela, onde as moedas fiduciárias locais são altamente voláteis, o USDT se tornou uma opção preferida para preservar valor e realizar transações internacionais.
Ao aproveitar soluções de escalabilidade Layer-2, as stablecoins permitem liquidações quase instantâneas, com custos de transação muito menores do que os serviços tradicionais, como o SWIFT ou remessas bancárias convencionais. Isso melhora significativamente a acessibilidade financeira para populações desbancarizadas, permitindo que indivíduos contornem restrições bancárias e acessem um meio mais estável de armazenar valor.
Além disso, as stablecoins desempenham um papel essencial no ecossistema DeFi, atuando como fonte fundamental de liquidez para protocolos de empréstimos, financiamentos e yield farming. Plataformas como MakerDAO, Aave e Curve Finance dependem de stablecoins para facilitar mercados de empréstimos descentralizados, garantindo estabilidade de preços e eficiência de capital.
Desafios e Riscos das Stablecoins
Apesar de seus benefícios, as stablecoins apresentam alguns riscos, como:
- Regulamentação – Governos e reguladores estão preocupados com o impacto das stablecoins na política monetária e na segurança financeira.
- Riscos de Colateralização – Stablecoins lastreadas em dinheiro ou criptomoedas dependem da integridade das reservas para manter a confiança.
- Segurança Digital – Como ativos digitais, são vulneráveis a ataques de hackers e falhas em contratos inteligentes.
- Liquidez – Durante crises financeiras, pode ser difícil converter stablecoins para o dinheiro real.
Preocupações Regulatórias
Governos ao redor do mundo estão monitorando de perto as stablecoins:
- Estados Unidos: A administração Biden tem defendido regras claras para garantir que as stablecoins sejam seguras para o sistema financeiro, evitem atividades ilegais e protejam os consumidores.
- Europa: A regulamentação MiCA (Markets in Crypto-Assets) estabelece regras rígidas para empresas que emitem stablecoins, exigindo transparência sobre reservas e conformidade com leis financeiras.
- China: Em vez de permitir stablecoins privadas, a China está priorizando sua moeda digital estatal, o yuan digital. Isso pode limitar o uso de stablecoins privadas dentro do país.
Os governos querem garantir que as stablecoins sejam seguras, legais e transparentes, ao mesmo tempo que protegem seus próprios sistemas financeiros.
Riscos de Liquidez
O colapso da TerraUSD (UST) demonstrou como uma crise de confiança pode desencadear o colapso de uma stablecoin. Quando os investidores perderam a confiança, resgates em massa sobrecarregaram o sistema, fazendo o UST perder sua paridade com o dólar.
De forma semelhante, em março de 2023, o USDC sofreu uma desvalorização temporária quando a Circle, sua emissora, enfrentou preocupações de liquidez devido à exposição a um banco em crise.
Esses eventos destacam a importância de estratégias robustas de gestão de liquidez e transparência das reservas, fundamentais para manter a confiança dos usuários em stablecoins.
Riscos de Contraparte
Stablecoins como o USDT dependem de bancos para manter suas reservas em dólares seguras e disponíveis. Se esses bancos enfrentarem problemas, como mudanças regulatórias ou falência, a empresa emissora da stablecoin pode não conseguir resgatar os fundos dos usuários imediatamente. Isso pode levar ao descolamento da stablecoin em relação à moeda fiduciária.
Para mitigar esse risco, as emissoras de stablecoins devem diversificar suas reservas entre diferentes bancos e classes de ativos seguros. Dessa forma, caso um banco tenha dificuldades, a operação da stablecoin pode continuar sem grandes impactos.
O Futuro das Stablecoins
As stablecoins se tornaram uma parte essencial das transações digitais, facilitando a movimentação de dinheiro entre bancos tradicionais e sistemas blockchain. No entanto, seu futuro dependerá de regulamentações governamentais, avanços tecnológicos e mudanças no mercado.
Muitos países estão desenvolvendo suas próprias Moedas Digitais de Bancos Centrais (CBDCs), que podem coexistir ou substituir as stablecoins privadas. Além disso, grandes empresas e instituições financeiras estão adotando stablecoins, o que exige gestão rigorosa das reservas e conformidade com leis financeiras.
Novos modelos de stablecoins podem aumentar a estabilidade e a segurança, combinando diferentes sistemas para criar opções mais seguras. No longo prazo, o sucesso das stablecoins dependerá da confiança dos usuários, do respaldo financeiro sólido e de regulamentações claras.
O Impacto das CBDCs nas Stablecoins
Diferente das stablecoins emitidas por empresas ou sistemas descentralizados, as CBDCs são totalmente controladas e garantidas pelos bancos centrais. Em alguns países, isso pode reduzir a popularidade das stablecoins privadas, principalmente se as CBDCs oferecerem transações rápidas e taxas baixas com suporte governamental.
No entanto, as CBDCs podem não substituir completamente as stablecoins. Muitas stablecoins operam em diferentes blockchains, oferecem maior privacidade e permitem contratos inteligentes, funcionalidades que algumas CBDCs podem não ter.
A coexistência entre CBDCs e stablecoins dependerá das regulamentações governamentais e das preferências dos usuários no uso diário desses ativos digitais.
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